A polícia da Rússia matou hoje dois supostos militantes numa operação de contraterrorismo, lançada em resposta a um ataque suicida que matou seis policiais. A área na periferia de Makhachkala, capital do Daguestão, está fechada desde o ataque com um carro-bomba ocorrido ontem contra uma delegacia de polícia. As autoridades procuram pelos organizadores do ataque e seus cúmplices.
Os dois suspeitos mortos hoje haviam se abrigado dentro de uma casa, segundo Mark Tolchinsky, porta-voz da polícia do Daguestão. O confronto durou uma hora, e os militantes chegaram a lançar granadas contra a polícia. O choque só terminou quando a polícia invadiu o prédio, disse Tolchinsky. Dois agentes ficaram feridos no fogo cruzado.
Segundo o porta-voz, um dos militantes mortos é Ismail Ichakayev, que seria o mentor de vários ataques contra policiais. Tolchinsky recusou-se a confirmar os comentários feitos por um porta-voz dos investigadores federais de Moscou segundo os quais os militantes haviam planejado o ataque de ontem.
O Daguestão, a Ingushetia e a Chechênia, todas repúblicas predominantemente muçulmanas do Cáucaso do Norte, registraram aumento da violência no ano passado. Muitos dos ataques, quase diários, tem como alvo a polícia e outros oficiais. Atentados suicidas, antes raros, estão acontecendo cada vez mais.
A violência que atinge a empobrecida região sul é cada vez mais descrita como uma guerra civil entre a administração, apoiada pelo Kremlin, e os militantes islâmicos. A grande quantidade de abusos contra civis cometidos pela polícia, incluindo sequestros, torturas e assassinatos, ajudaram a aumentar as fileiras militantes.