A polícia indiana anunciou nesta segunda-feira (6) a prisão de três rebeldes maoístas por suspeita de envolvimento no assassinato do líder linha-dura hindu Swami Laxmanananda Saraswati. A morte do religioso foi o estopim para confrontos entre hindus e cristãos que deixaram dezenas de mortos no país. Os maoístas foram presos ontem e confessaram o assassinato ocorrido em 24 de agosto, em Orissa, Estado no leste do país, informou o alto funcionário da polícia Manmohan Praharaj.
Grupos hindus de direita acusaram os cristãos pelo crime e atearam fogo a um orfanato cristão. Multidões também atacaram igrejas, comércios e residências dos cristãos. Pelo menos 28 pessoas foram mortas nas vilas de todo o Estado. Logo após o assassinato do líder hindu, a polícia informou suspeitar dos maoístas, pois eles teriam deixado uma carta assumindo a responsabilidade pelo ato. Segundo os policiais, os rebeldes podem ter cometido o crime para ganhar o apoio de moradores recém-convertidos ao cristianismo.
Porém para os hindus conservadores, não foram os maoístas os responsáveis pelo assassinato, mas sim alguns ativistas cristãos. Líderes cristãos têm criticado o governo estadual, argumentando que os funcionários não fazem o suficiente para interromper a violência. Os militantes hindus acusam os missionários cristãos de usar propinas e pressões para ganhar fiéis. Os missionários negam qualquer iniciativa nesse sentido.
A conversão ao cristianismo oferece aos hindus de castas inferiores um modo de escapar da discriminação do sistema de castas. Além disso, alguns missionários mantêm clínicas de saúde que podem oferecer um atendimento bastante superior que as instituições estatais. Quase 80% dos 1,1 bilhão de indianos são hindus. Os cristãos são apenas 2,5% da população.