A polícia paramilitar italiana bloqueou neste domingo a avenida de acesso ao Vaticano para impedir que uma vigília composta por vítimas de abusos sexuais cometidos por padres católicos chegasse à Praça São Pedro.
Quando o porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, saiu para conversar com os organizadores da marcha, já na noite de domingo, pelo horário local, um participante gritou “vergonha” em italiano. Lombardi deixou o local escoltado pela polícia. Mais tarde, ele disse à Associated Press por telefone que, se os organizadores quiserem, os receberá em seu gabinete.
Pessoas de dezenas de países que sofreram abusos sexuais cometidos por padres quando eram crianças passaram o dia reunindo-se em Roma para a vigília, convocada com o objetivo de lembrar aos sobreviventes desses abusos que eles não estão sozinhos.
De acordo com os organizadores, a vigília marcada para a noite deste domingo terminaria somente depois de cada uma das vítimas presentes ter depositado uma pedra trazida de casa em uma pilha – da mesma forma que aventureiros depositam pedras em trilhas montanhosas para mostrar a outros que alguém já passou por ali antes.
Os participantes do protesto vestiam camisetas com a inscrição “Basta!” em diversos idiomas. Eles exigem que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça o abuso sexual sistemático de crianças como um crime contra a humanidade. Os organizadores da vigília disseram que tiveram negado o pedido de autorização para que realizassem o protesto em solo Vaticano. As informações são da Associated Press.