Polícia analisa nota deixada por estudante finlandês

A polícia finlandesa analisava nesta quinta-feira (8) uma nota de suicídio e textos repletos de ódio publicados na internet em busca de pistas capazes de explicar o motivo pelo qual Pekka-Eric Auvinen de 18 anos, promoveu um massacre no qual tirou a vida de oito pessoas antes de se matar com um tiro na cabeça.

Pelo país, bandeiras da Finlândia tremulavam a meio mastro hoje, dia no qual o país nórdico lembrou as oito pessoas mortas no massacre promovido ontem em uma escola de segundo grau. Estudantes em luto acenderam velas em frente à escola, que continuava interditada pela polícia enquanto peritos tentavam reconstituir a cena do crime.

A polícia identificou o atirador como Pekka-Eric Auvinen, um aluno da escola secundária Jokela, em Tuusula no sul da Finlândia. O atirador suicidou-se no desfecho do massacre. Tuusula situa-se cerca de 50 quilômetros ao norte de Helsinque, a capital finlandesa.

Auvinen baleou suas vítimas – cinco rapazes, uma menina, uma enfermeira e a diretora da escola – com uma pistola calibre 22, informou a polícia. Mais de dez pessoas ficaram feridas. Segundo uma investigação preliminar, Auvinen parecia disposto a causar o maior número possível de mortes e teria selecionado suas vítimas aleatoriamente. "Não há nada que o ligue às vítimas, a não ser o fato de freqüentarem a mesma escola", disse o detetive Tero Haapala.

O massacre

O massacre começou pouco antes do almoço. A situação se prolongou por cerca de duas horas, quando policiais encontraram Auvinen caído no chão de um banheiro com um tiro na cabeça. Ele morreu horas depois, já no hospital.

Pela escola, a polícia encontrou 69 cápsulas vazias, o que sugere que este seria o total de tiros disparados por ele. As vítimas foram alvejadas na cabeça ou na parte superior do tronco. Em algumas ele deu poucos tiros. Em outras, mais de 20, disse Haapala numa entrevista coletiva concedida hoje.

Ele também tentou iniciar um incêndio ao jogar um líquido inflamável no segundo andar da escola, mas não conseguiu atear fogo ao prédio, prosseguiu o detetive. Haapala qualificou Auvinen como um jovem "solitário" que era assediado pelos outros alunos. Segundo ele, porém, o motivo do ataque ainda é desconhecido.

Numa nota de suicídio, ele se despede de seus familiares e diz odiar a sociedade, mas não entra em detalhes. A polícia apreendeu livros e outros materiais impressos sugerindo que o rapaz tinha "idéias radicais" e planejava promover um ataque. Investigadores acreditam que Auvinen tenha revelado seus planos de ataque em mensagens no YouTube nas quais conclama uma revolução e um levante contra "os regimes opressores, corruptos e totalitários".

A quinta-feira foi declarada dia de luto nacional na Finlândia, um país desacostumado com incidentes com armas de fogo, apesar da alta proporção da população com porte de arma. Depois de uma missa na Catedral de Helsinque, a presidente Tarja Halonen incentivou os finlandeses a se apoiarem mutuamente em um dia de dor no país.

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