Depois de passar pelo susto de ter a casa parcialmente destruída pelo terremoto de sábado, o embaixador brasileiro no Chile, Mário Vilalva, disse ontem que não descarta a possibilidade de brasileiros estarem entre os mortos. “Pode haver brasileiros entre as vítimas. Há cerca de 12 mil vivendo no Chile, em geral mão de obra qualificada”, afirmou Vilalva por telefone ao jornal O Estado de S. Paulo.

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O Chile recebe entre 250 mil e 270 mil visitantes brasileiros por ano. A maior parte dos turistas viaja no inverno, à procura das estações de esqui e de passeios em Santiago e arredores. A região de Concepción, a segunda mais populosa do país, tem um porto importante, mas não recebe muitos estrangeiros. O terremoto ocorreu, portanto, em um local e em uma época que não costumam atrair turistas.

Durante o fim de semana, mais de mil brasileiros procuraram auxílio na embaixada brasileira, pessoalmente ou por telefone. Buscavam desde atestados para justificar aos chefes o atraso no retorno ao Brasil até informações sobre como deixar o país. Apenas na manhã de ontem, sete funcionários atenderam cerca de 600 pessoas. Este tipo de serviço é prestado normalmente pelo consulado-geral brasileiro, no 15º andar de um edifício no centro de Santiago.

Em função do medo de novos tremores, o atendimento foi transferido para a sede da embaixada brasileira, uma casa de dois pisos em que não é necessário o uso de elevadores. “Recomendamos aos brasileiros no Chile que tenham calma e não deixem suas casas. Não adianta tentar sair pela fronteira com a Argentina, pois há cortes nas estradas. É difícil explicar porque as pessoas estão preocupadas com as réplicas”, completa.

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