O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta quarta-feira (23) que o plano para um sistema de defesa antimísseis na Europa é "real e urgente" para conter a ameaça de ataque do Irã. Em discurso, ele afirmou que os serviços de inteligência norte-americanos estimam que o Irã poderia obter capacidade balística para atingir os EUA e aliados europeus até 2015. "Se o Irã escolher fazer isso e a comunidade internacional não der os passos para prevenir, é possível que o Irã obtenha essa capacidade", disse. "Nós precisamos levar isso a sério agora".
Bush reclamou que o Congresso dos EUA cortou US$ 139 milhões para o projeto antimísseis. Segundo ele, a manobra poderá "atrasar em um ano ou mais (a implementação do sistema) e minar o esforço dos nossos aliados, que trabalham conosco para afastar a ameaça". A proposta já foi apresentada aos russos, que rejeitam totalmente a instalação do sistema na Europa Oriental, mas ofereceram um projeto alternativo no Azerbaijão.
Os alertas de hoje de Bush sobre o Irã foram atenuados pelo ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, durante visita a Tóquio. Lavrov disse que as iniciativas antimísseis dos EUA na Europa e Ásia são baseadas em avaliações erradas da suposta ameaça do Irã. "A Coréia do Norte é uma ameaça fundamental. O Irã não é", defendeu o ministro.
Mais cedo, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, havia dito que os EUA ainda pretendem construir o sistema na Europa Oriental, mas deve haver um atraso na sua implementação, até que surjam "provas definitivas da ameaça" do Irã. "Nós consideraremos a ativação dos sistemas na república Checa e na Polônia quando surgirem provas definitivas da ameaça – em outras palavras, um teste de mísseis do Irã", disse Gates, ao lado do primeiro-ministro da República Checa, Mirek Topolanek.