Após o Conselho de Segurança das Nações Unidas anunciar, na quarta-feira, a decisão de impor novas sanções ao Irã, o Planalto lamentou, especialmente, o voto de países pobres e emergentes que receberam tratamento especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas seguiram a linha de norte-americanos e europeus.
Cautelosa, a equipe de Lula ainda considera cedo para fazer avaliações sobre o processo da crise do programa nuclear iraniano, porém considerou que a posição brasileira e turca de defender o diálogo com Teerã ajudou a amenizar as sanções e obrigou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, a reduzir o tom de suas declarações.
Entre os países que votaram a favor das sanções estão os africanos Gabão e Nigéria – dois dos sete países que têm assento temporário no Conselho. Lula visitou os dois países, perdoou dívidas, firmou convênios em saúde e agricultura e concedeu incentivos para a indústria local. A equipe de Lula avalia que a decisão do Gabão, Nigéria, México e Uganda de votar pelas sanções são compreensíveis num “mercado de votos”. O Líbano, membro temporário, absteve-se.