Cinco somalis acusados de atacar um navio da Marinha dos Estados Unidos ao largo da costa oriental africana foram condenados sob acusações federais americanas de pirataria hoje, em um caso que os especialistas disseram ser o primeiro julgamento desse tipo nos EUA em mais de um século.
O veredicto foi dado por um tribunal distrital dos EUA em Norfolk, na Virgínia. Os cinco somalis, que tiveram que escutar a sentença através da voz de um tradutor nos fones de ouvido, pois não compreendem a língua inglesa, ouviram em silêncio a condenação. A sentença será emitida em 14 de março, em Norfolk, e eles poderão ser condenados a penas de prisão perpétua.
“Eles estavam muito tristes”, disse David Bouchard, que defendeu um dos cinco homens, Abdi Wali Dire. Os advogados de defesa argumentaram que os cinco são pescadores inocentes, que foram sequestrados por piratas e forçados a atirar contra o navio de guerra americano. Mas promotores federais argumentaram durante o julgamento que os cinco confessaram ter atacado o USS Nicholas em 1º de abril, após terem erroneamente acreditado que o navio era uma embarcação mercante.
O Nicholas, baseado em Norfolk, fazia parte da frota internacional que luta contra a pirataria ao largo do Golfo de Áden e da costa somali. John S. Davis, assessor da procuradoria-geral dos EUA, argumentou que três dos cinco somalis estavam em um esquife em mar aberto e abriram fogo contra o Nicholas com rifles de assalto e depois fugiram quando os marinheiros responderam ao fogo com metralhadoras. As informações são da Associated Press.