Após receber um resgate estimado em US$ 5 milhões, piratas da Somália liberaram hoje um navio e parte de sua tripulação, mas ainda mantiveram alguns tripulantes indianos como reféns. A medida foi uma retaliação à prisão de outros piratas por parte da Marinha da Índia.
“Nós decidimos manter os indianos porque a Índia está mantendo nossos colegas”, disse o pirata Hassan Farah. “Nós libertamos os outros membros da equipe que navegavam para além de nossa costa. Nós manteremos esses indianos até que os indianos liberem nossos colegas.” Os reféns indianos foram levados a algum lugar em terra não identificado.
O resgate multimilionário foi pago pelo navio Asphalt Venture, cuja empresa proprietária fica sediada em Mumbai, na Índia. Os piratas estão recebendo em média US$ 5 milhões para liberar navios e tripulantes. Não estava claro quantos dos 15 membros da tripulação do Asphalt Venture eram indianos. O navio havia sido capturado em setembro.
A ação de hoje marca a primeira vez em que os piratas decidem manter reféns, complicando os esforços militares internacionais contra esse tipo de ação. Neste ano, piratas mataram quatro reféns norte-americanos enquanto navios da Marinha dos Estados Unidos seguiam um iate sequestrado, na primeira ação do tipo cometida pelos piratas somalis.
No geral, analistas dizem que os piratas estão se tornando cada vez mais agressivos, violentos e hostis. A Marinha indiana capturou cerca de 120 piratas, a maioria da Somália, nos últimos meses. No mês passado, os indianos capturaram 61 piratas quando atacaram um navio. Embarcações indianas estão escoltando navios mercantes desde 2008, como parte do esforço internacional contra a pirataria no Oceano Índico.
A pirataria afeta a indústria de transportes navais no leste da África, mas a violência piorou nos últimos meses. Os piratas capturaram cerca de 30 navios e fizeram mais de 600 reféns nesse período. As informações são da Associated Press.
