Piratas libertam reféns e são presos por soldados franceses

Helicópteros franceses carregados de tropas investiram contra piratas somalis nesta sexta-feira (11), após os bandidos terem libertado 30 reféns que eram parte da tripulação de um iate francês de luxo. Pelo menos seis piratas foram capturados pelo comando francês e as tropas também se apossaram de dinheiro que estava com os piratas – provavelmente, parte do saque que a empresa dona do iate pagou para que a tripulação fosse libertada mais cedo.

O escritório do presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que os seis piratas capturados foram levados a uma navio da marinha francesa que está próximo ao litoral da Somália. O general francês Jean-Louis Georgelin disse que não foi usado dinheiro público para pagar o resgate aos piratas. Mas ele fez uma forte sugestão que a empresa dona do iate pagou o resgate, e que parte do dinheiro foi recuperado quando os piratas foram surpreendidos pelos militares. Ele disse que as tropas francesas recuperaram "algumas bolsas interessantes."

A França enviou uma tropa de elite à região da África Oriental após piratas terem tomado o iate, o Le Ponant, no Golfo de Áden, no dia 4 de abril. O barco não transportava passageiros, apenas os 30 tripulantes, dos quais 22 são cidadãos franceses.

Georgelin, general que é chefe do staff da defesa, disse que os piratas aparentam ser pescadores somalis, e doze estavam juntos quando a tropa francesa lançou seu ataque. Os seis piratas capturados serão entregues às autoridades judiciárias da França. Segundo ele, os seis "se entregaram sem muita resistência."

O governo francês anunciou na manhã desta sexta-feira (11) a libertação dos reféns. Um funcionário do governo filipino, que fez comentários porque alguns integrantes da equipagem são filipinos, disse que todos os reféns estão seguros e que o iate foi "recuperado."

Sarkozy, no comunicado que anunciava a libertação, agradeceu ao exército francês e outras agências "que permitiram um rápido desfecho" do seqüestro.

O subsecretário do Exterior das Filipinas, Esteban Conejos, disse em Manila que a chancelaria francesa informou a Embaixada das Filipinas em Paris que os reféns, incluídos seis cidadãos filipinos, foram levados à base militar francesa em Djibuti, perto da Somália, e serão transportados a Paris "em dois ou três dias."

"Eles estão em boas condições físicas. Todos estão seguros e com boa saúde," ele disse à Associated Press em Manila. Ele disse que o governo filipino não teve nenhum papel na libertação dos reféns.

Abdi-salan Qoje, um pescador que trabalhava numa praia somali, afirmou ter visto quando o iate foi levado pelos piratas a uma enseada, e viu a tripulação ser levada do barco à terra firme, na sexta-feira.

A empresa francesa CMA-CGM, que opera as rotas do Le Ponant e é dona do navio, elogiou o final do seqüestro, mas não deu nenhum detalhe sobre o pagamento do resgate e a operação militar contra os piratas. O Le Ponant é um iate de luxo com três mastros que pode transportar com conforto 64 passageiros. Cerca de 10 piratas tomaram o navio, que retornava sem passageiros das Ilhas Seychelles, no Oceano Índico, para o porto egípcio de Alexandria, no Mediterrâneo. Os piratas guiaram o barco até a costa da Somália.

O chanceler francês Bernard Kouchner comemorou o "final feliz" do seqüestro e instou a comunidade internacional a mobilizar esforços contra os piratas no Golfo de Áden e na costa da Somália. Segundo ele, o governo francês discute com as Nações Unidas maneiras de reforçar a luta contra a pirataria.

Os piratas tomaram mais de duas dezenas de navios na costa da Somália no ano passado. A Marinha americana tem enviado patrulhas para combater a pirataria nessa parte do Oceano Índico, mas o reforço da segurança marítima levou a um drástico aumento no número de seqüestro de civis estrangeiros na terra firme.

A Somália tem sido devastada pela guerra civil há mais um década e não tem marinha própria. Atualmente, o governo do país, empossado em 2004 com apoio das Nações Unidas e da Etiópia, tenta manter o controle do território, onde enfrenta uma persistente insurreição islamita.

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