Piñera quer priorizar ordem pública e serviços básicos

Pouco depois de assumir o cargo nesta quinta-feira, o novo presidente do Chile, Sebastián Piñera, cuja cerimônia de posse foi atrapalhada por três fortes tremores, disse que a manutenção da ordem pública e dos serviços básicos é sua prioridade. No dia 27 de fevereiro, o quinto terremoto mais forte já registrado, com magnitude 8,8 graus, seguido por um tsunami, atingiu o país, causando destruições e a morte de centenas de pessoas.

Em muitas das cidades atingidas ocorreram saques, o que provocou pânico até a chegada de militares enviados pela ex-presidente Michelle Bachelet, que impôs um toque de recolher e diminuiu as tensões sociais. “Nós não queremos que essas cenas de saques e vandalismo que vimos em Concepción se repitam”, disse Piñera, que é o primeiro conservador eleito democraticamente no país em 52 anos. “Vamos usar as forças armadas para assegurar a segurança civil”, acrescentou.

Piñera, que durante a campanha prometeu criar um milhão de novos empregos e fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 6% ao ano, agora enfrenta a difícil tarefa de reconstruir o Chile. Após as fortes réplicas ocorridas por volta de meio-dia, com magnitude 6,9, 6,7 e 6,0 graus, Piñera declarou Bernardo O’Higgins uma região de catástrofe, dizendo que seu governo vai divulgar dados sobre os danos assim que receber essas informações.

Informações iniciais dão conta que Rancagua, localizada a cerca de 95 quilômetros ao sul de Santiago, sofreu danos significativos. O Serviço de Oceanografia do Chile, conhecido como SHOA, informou ao escritório nacional de emergência que a primeira réplica foi forte o suficiente para provocar um tsunami. Moradores das áreas costeiras foram para as montanhas antes de Piñera dizer que eles deveriam prestar atenção ao alerta de tsunami como medida de precaução. “Eu peço a meus compatriotas que enfrentem esta emergência com determinação e força de vontade”, disse Piñera.

A posse de Piñera, nesta quinta-feira, marcou o fim dos 20 anos de governo da coalizão de centro-esquerda Concertação, que chegou ao poder após a ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). As informações são da Dow Jones.