Prometendo “mudança” após 20 anos de hegemonia da centro-esquerda no Chile, o candidato da direita, Sebastián Piñera, chegará ao segundo turno das eleições presidenciais como favorito, segundo os resultados preliminares da votação de ontem. Com 98% das urnas apuradas, Piñera tinha 44,03% dos votos e o ex-presidente Eduardo Frei, da Concertação, 29,62%. Em terceiro lugar, o independente Marco Enríquez-Ominami reunia 20,12% e o comunista Jorge Arrate, 6,21%. Segundo analistas, com essa diferença de votos em relação a Frei, Piñera chega ao segundo turno, em 17 de janeiro, com fortes chances de ganhar.

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“Foi um grande triunfo, que nos enche de esperança”, disse Piñera, diante de milhares de pessoas que comemoravam sua vitória no centro de Santiago. Em seu discurso, o candidato repetiu promessas de campanha e fez um aceno aos eleitores de Ominami. Frei também cortejou o eleitorado independente, “convidando” os que votaram em Ominami a “se somarem a essa candidatura”. O candidato independente, porém, disse ontem que não “endossará” nenhum dos participantes do segundo turno.

Desde as 7 horas de ontem, cerca de 8 milhões de chilenos foram às urnas para votar para um novo presidente e renovar todas as 120 cadeiras da Câmara dos Deputados e 20 dos 38 assentos do Senado. No Legislativo, a grande novidade foi a volta dos comunistas, que conseguiram eleger três parlamentares, após 36 anos afastados.

Na corrida presidencial, uma vitória da direita acabaria com duas décadas de hegemonia da Concertação, a coalizão de centro-esquerda responsável pela consolidação democrática e por avanços sociais.

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A esperança de Frei é que na segunda etapa os eleitores de Ominami e Arrate se unam a sua candidatura com o objetivo de impedir a vitória da direita. “Temos de somar e nos unir em vez de continuarmos a nos desqualificar”, disse Frei, em seu discurso, após o anúncio dos resultados da votação.