Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda hoje depois de um terremoto de magnitude 8,9 ter atingido o Japão e gerado um devastador tsunami, alimentando expectativas de diminuição da demanda por parte do terceiro maior consumidor da commodity no mundo.

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Os contratos para entrega em abril negociados na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) chegaram a cair a US$ 99,01 no início da sessão, mas recuperaram-se mais tarde e fecharam em queda de US$ 1,54 (1,50%), a US$ 101,16 por barril. Na plataforma eletrônica ICE, o petróleo do tipo Brent caiu US$ 1,59 (1,38%), para US$ 113,84 por barril.

Os preços do petróleo caíram enquanto os mercados avaliavam os danos causados à capacidade de refino do Japão e o impacto do terremoto sobre a demanda do país asiático. O Japão, que consome 4,4 milhões de barris de petróleo por dia, continuava sendo atingido por uma série de fortes réplicas horas depois do terremoto. “Estamos tentando avaliar a gravidade disso tudo e se a situação já acabou”, comentou Phil Flynn, analista de petróleo da PFGBest. “As refinarias estão paradas, algumas estão queimando, mas ainda é difícil avaliar a extensão da destruição”.

Apesar de muitas das usinas nucleares japonesas terem sido desligadas por precaução, analistas acreditam que a demanda possa se recuperar rapidamente nos próximos meses por conta do uso de petróleo e derivados para a geração de energia elétrica. “As escrupulosas avaliações de segurança necessárias para o religamento tornam provável que as fontes energéticas nucleares fiquem fora de cenário por um bom tempo”, observaram analistas do JPMorgan em nota a clientes.

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O terremoto desviou a atenção dos traders dos acontecimentos no Oriente Médio e no norte da África, onde prossegue o conflito entre rebeldes e forças leais ao coronel líbio Muamar Kadafi. A cotação do petróleo subiu no fim da sessão de ontem, depois de a polícia da Arábia Saudita ter aberto fogo contra manifestantes no leste do país. Hoje, porém, a presença ostensiva de forças de segurança nas principais cidades do reino abafaram os protestos.

Maior exportadora mundial de petróleo, a Arábia Saudita teve um papel fundamental em acalmar os mercados de petróleo ao elevar sua produção para cobrir a descontinuidade das exportações líbias. Autoridades sauditas disseram que a produção do país foi elevada a 9 milhões de barris por dia. Ao mesmo tempo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informou que o cartel está pronto para vender mais petróleo para compensar eventuais interrupções.

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Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou hoje o país está preparado para recorrer às reservas estratégicas de petróleo para a eventualidade de uma escassez emergencial da commodity. Ele pediu ainda uma investigação sobre os preços do petróleo. As informações são da Dow Jones.