Pesquisas de boca-de-urna indicam que a oposição conquistou a vitória nas eleições nacionais realizadas nesta quinta-feira na Dinamarca, sinalizando uma mudança após dez anos de reformas liberais e controles cada vez mais rígidos de imigração.
Duas pesquisas divulgadas após o fechamento das urnas mostraram que a aliança esquerdista da líder social-democrata
Helle Thorning-Schmidt deve vencer o governo de centro-direita e tornar-se a primeira premiê mulher da Dinamarca.
Se os resultados forem confirmados, a Dinamarca terá um governo que pode reverter algumas das medidas de austeridade introduzidas pelo atual primeiro-ministro, Lars Loekke Rasmussen, durante a crise da dívida europeia.
A maioria do “bloco vermelho” também vai retirar do Partido do Povo Dinamarquês, contrário à imigração, o papel determinante no fortalecimento dos controles de fronteira e conter o fluxo dos pedidos de asilo.
O levantamento da TV2 mostra que a oposição conquistou 93 dos 179 assentos no Parlamento e que os 86 restantes ficaram com o atual governo. A pesquisa da DR, que não considera as quatro cadeiras dos territórios semiautônomos da Groenlândia e ilhas Faroe, indica que a oposição venceu por cinco assentos.
A mudança no poder não deve promover grande alterações no país, orientado pelo consenso, e onde há uma ampla concordância a respeito da necessidade de um forte sistema de seguridade social financiado por altos impostos.
Mas os dois lados diferem sobre a profundidade das medidas de austeridade necessárias para manter intactas as finanças do país em meio às incertezas da economia global.
Thorning-Schmidt, de 44 anos, que proteger o sistema de seguridade social elevando os impostos para os ricos e estendendo a média de horas trabalhadas diariamente em 12 minutos.
Já Loekke Rasmussen diz que aumento de impostos pode prejudicar a competitividade de um país que já sofre a maior pressão tributária do mundo. “Nós precisamos de finanças públicas sanadas sem a elevação de impostos”, disse Rasmussen, de 47 anos, aos jornalistas após votar em Graested, norte de Copenhague.
Embora a Dinamarca não faça parte da zona do euro, sua moeda está indexada ao euro e a economia, movida pelas exportações, é afetada pelos choques sofridos pela economia global. As informações são da Associated Press.
