Novas pesquisas divulgadas nesta segunda-feira (27) mostram que Tzipi Livni, a moderada líder do partido governista de Israel, tem uma ligeira vantagem sobre o conservador Benjamin Netanyahu. Um dia antes, a ex-ministra de Relações Exteriores desistiu de formar uma coalizão de governo, alegando inclusive chantagem política dos possíveis parceiros, forçando a convocação de eleições antecipadas. Uma pesquisa do Instituto de Estudos Dahaf mostra o partido de Tzipi, o Kadima, levando 29 das 120 cadeiras do Parlamento. Já o Likud de Netanyahu obteria 26. Uma sondagem da empresa TNS aponta 31 a 29 para o Kadima.
As sondagens apontam para uma disputa dura entre os rivais. Tzipi foi no papel de ministra a principal negociadora da paz com os palestinos no último ano e várias vezes mencionou a necessidade de se fazer concessões territoriais. Netanyahu tem uma postura mais intransigente em relação à concessão de terras, e descarta dividir Jerusalém, outra demanda importante para os palestinos. As pesquisas mostram que os blocos de direita e centro-esquerda devem seguir parelhos, como tem ocorrido nos últimos anos.
Tzipi assumiu a liderança do Kadima no mês passado em eleições internas. Ela substitui o até então primeiro-ministro Ehud Olmert, forçado a renunciar após ser envolvido em escândalos de corrupção. A ex-ministra tentou manter intacta a coalizão, porém foi pressionada principalmente pelo partido ultra-ortodoxo Shas, que apresentou novas demandas, consideradas excessivas por ela. Em reunião com o presidente Shimon Peres, Tzipi afirmou que não cederia a “chantagens políticas”. O encontro foi transmitido ao vivo pela televisão israelense. Com a desistência, Tzipi forçou Peres a convocar novas eleições. A votação está prevista para fevereiro ou março. Segundo um assessor, Peres convocará as eleições nesta segunda, ao falar ao Parlamento.