Pesquisador diz ter previsto terremoto na Itália

O pesquisador italiano Giampaolo Giuliani afirma ter previsto que um forte terremoto atingiria a região central da Itália na segunda-feira e diz ter sido calado pelas autoridades locais. Em entrevistas concedidas a órgãos de mídia, o técnico de laboratório disse ter previsto o terremoto graças a um sistema por ele desenvolvido que mede a quantidade de gás radônio liberada pela Terra. Autoridades e cientistas italianos desqualificaram a alegação sob o argumento de que, até o presente, não existe nenhum mecanismo eficaz conhecido para a previsão de terremotos.

Em entrevista à emissora pública de televisão RAI, Giuliani disse ter ficado “assustado” nos últimos dias por ter visto informações surgindo em seu computador indicando que um terremoto estaria por vir.

Giuliani contou ter advertido as autoridades, mas disse ter acabado sob investigação pela Justiça por causar alarme. Informações divulgadas pela mídia dão conta que Giuliani teria sido forçado a retirar advertências publicadas por ele na internet. Na entrevista à RAI, no entanto, Giuliani insistiu em que avisou somente às autoridades e que em nenhum momento tornou a informação pública.

Giuliani disse ter previsto um terremoto na região de Sulmona, uma cidade situada cerca de 50 quilômetros ao sul de L’Aquila, onde ocorreu a catástrofe. O cientista realiza trabalhos técnicos em um laboratório de física nos Apeninos, informou a RAI. Telefonemas para o laboratório não foram respondidos. Apesar de a liberação de gás radônio ser um fenômeno que às vezes precede terremotos, não existem meios no momento de correlacionar essa condição à previsão de abalos sísmicos, disse Enzo Boschi, diretor do Instituto Nacional de Geofísica em Roma.

“Terremotos não são previsíveis, e a informação estava totalmente errada. Ele previu um terremoto em Sulmona”, prosseguiu Boschi. Segundo Boschi, se as autoridades tivessem levado Giuliani a sério, o tremor poderia ter matado muitas pessoas mais. “Imagine se tivéssemos aceitado aqueles dados, esvaziássemos Sulmona e levássemos as pessoas para L’Aquila”, disse ele. O terremoto de 5,8 graus na escala Richter atingiu L’Aquila na madrugada de segunda-feira. Pelo menos 207 pessoas morreram.

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