Pesquisa indica vitória da oposição em eleição japonesa

A oposição é favorita para vencer com folga as eleições parlamentares do Japão marcadas para o dia 30, segundo mostra uma pesquisa divulgada hoje. A sondagem do jornal Asahi indica que o Partido Democrático do Japão (PDJ) pode conquistar mais de 300 das 480 cadeiras da Câmara dos Deputados. Porém, a sondagem mostra um alto número de indecisos, o que indica possibilidade de alterações no cenário. Caso o resultado confirme os números da pesquisa, o partido conservador, que domina a cena política do país há mais de cinco décadas, deixará o poder.

De acordo com a pesquisa, o governista Partido Liberal Democrático (PLD), conservador e ligado a grandes empreendimentos e eleitores rurais, deve ficar com menos da metade dos 302 postos que ocupa atualmente. A campanha começou oficialmente na terça-feira e deve ser a mais intensa do país nos últimos anos. O PLD tem governado o Japão por quase todos os últimos 55 anos, com exceção de um período de 11 meses entre 1993 e 1994. O PDJ, que controla a menos poderosa Câmara Alta desde 2007, tem agora 112 cadeiras na Câmara Baixa.

Um parceiro do PLD, o New Komeito, deve manter suas 31 cadeiras, prevê a sondagem. O Asahi apontou que pode haver mudanças, pois entre 30% e 40% dos consultados se declararam indecisos. Já 25% disseram que podem mudar de opinião no último minuto. “Os eleitores definitivamente querem uma mudança”, afirmou Tomoaki Iwai, professor de ciência política da Universidade Nihon. “Os eleitores querem agora o Partido Democrata com uma vitória folgada, para ganhar controle da Câmara Baixa e instalar um governo estável”, disse. A margem de erro da pesquisa é de aproximadamente 1 ponto porcentual.

A situação perdeu espaço por causa da frágil economia, do crescente desemprego e de seu apoio a aumentos de impostos. Além disso, críticos notam falta de liderança no governo. O primeiro-ministro Taro Aso é acusado de ser um líder fraco, com frequentes gafes e marcado pela indecisão. Caso o PDJ vença, o líder do partido, Yukio Hatoyama, deve se tornar primeiro-ministro. Hatoyama defende uma mudança no governo, para o Japão sair do que na opinião dele é um impasse.

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