A chanceler alemã, Angela Merkel, continua bem posicionada para substituir sua atual coalizão por um novo governo de centro-direita após as eleições de 27 de setembro, segundo o resultado de uma pesquisa eleitoral divulgada hoje. O levantamento do Instituto Forsa mostrou apoio de 36% para os conservadores do Partido Democrata Cristão e 14% para o pró-mercado Democratas Livres, atualmente na oposição, embora seja a legenda preferida de Merkel para formar uma nova coalizão. A chanceler não conseguiu a maioria para a centro-direita em 2005 e vem governando a Alemanha com uma “grande coalizão” com seu tradicional rival, o partido de centro-esquerda Social Democrata.
A pesquisa, realizada entre os dias 25 e 31 de agosto, mostrou a preferência de 22% do eleitorado pelos social-democratas. Os Verdes ficaram com 12% e o partido A Esquerda, que reúne os pós-comunistas e a dissidência social-democrata, obteve 10%. Os resultados mostraram pouca alteração na comparação com a pesquisa feita uma semana antes. O partido de Merkel perdeu um ponto, os Democratas Livres ganharam um e os outros não apresentaram alteração.
O partido de Merkel promete diminuição de impostos para estimular a economia, uma proposta que os social-democratas dizem que é irreal no momento em que o governo acumula déficits recordes por causa do combate à crise financeira mundial. A chanceler diz que uma coalizão de centro-direita vai retirar a Alemanha da crise mais rapidamente e promover mais crescimento econômico.
A atual coalizão “não é fácil e não fez o que era melhor, particularmente nesta crise”, disse a chanceler em entrevista à emissora de TV Bayerischer Rundfunk ontem à noite. No domingo, o partido de Merkel sofreu derrotas maiores do que as esperadas em dois dos três Estados alemães que realizaram eleições.
Liderança
A pesquisa mostrou que se os alemães pudessem votar diretamente em seu chanceler, escolheriam Merkel com 57% dos votos, contra 18% dos votos que obteria o ministro de Relações Exteriores Frank-Walter Steinmeier, líder do Partido Social Democrata. As chances de Steinmeier de se tornar chanceler parecem muito pequenas, a menos que os números mudem drasticamente.
Steinmeier e outros integrantes do partido renovaram nesta semana as promessas que não formarão coalizão com A Esquerda, que se opõe à realização de reformas econômicas e à presença de tropas alemãs no Afeganistão. A pesquisa do Instituto Forsa ouviu que 2.052 eleitores, a pedido da revista Stern e da emissora de televisão RTL, e possui margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos.