Pesquisa aponta queda de popularidade do Fatah

Apesar do apoio político e financeiro internacional, a popularidade da facção laica Fatah, liderada pelo presidente palestino Mahmoud Abbas, caiu durante o último mês, em parte devido à falta de confiança nos líderes do grupo, de acordo com pesquisa publicada nesta sexta-feira (04). O Fatah ainda possui grande autoridade frente ao grupo militante islâmico Hamas, com 39% dos palestinos confiando nele, e 16% apoiando o Hamas. Já 41% dos entrevistados disseram que não acreditam em nenhuma facção, contra 32% em novembro. A pesquisa telefônica, conduzida no final de dezembro pela consultoria Near East, entrevistou 959 palestinos na Cisjordânia e em Gaza. Ela possui uma margem de erro de 3,2 pontos percentuais.

Enquanto a maioria dos palestinos acredita e aprova as medidas pacíficas do Fatah, eles têm pouca confiança na habilidade da facção melhorar as condições de vida, disse Jamil Rabah, diretor da consultoria Near East. "As pessoas não têm problemas com o pensamento e a ideologia do Fatah, mas não estão contentes com os símbolos e líderes do Fatah", apontou Rabah. "Eles estão recebendo tanto dinheiro, mas vão conseguir colocar um fim à situação (deteriorada)?

Em dezembro, um grupo de doadores internacionais prometeu US$ 7 4 bilhões nos próximos três anos para os palestinos. As doações seguiram a conferência em Annapolis, Maryland, quando israelenses e palestinos retomaram as negociações após sete anos de violência. A volta das disputas internas palestinas em novembro e dezembro pode explicar a insatisfação crescente, segundo a consultoria.

Ao menos 16 pessoas foram mortas durante os últimos dois meses na Faixa de Gaza, em choque entre o Hamas e clãs que ainda apóiam o Fatah. Rabah argumentou que os ataques quase diários do exército israelense contra os militantes em Gaza em dezembro podem ter encorajado alguns dos entrevistados a apoiarem o Hamas na última pesquisa. A alteração dos números "pode ser alienação e algum tipo de prevenção contra o Fatah, e também simpatia pelo Hamas", disse o diretor da consultoria Near East.

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