Dez ex-ministros do governo do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori foram condenados de quatro a dez anos de prisão por terem apoiado o autogolpe de Estado de 1992. A Sala Penal Especial da Suprema Corte de Justiça ditou ontem a sentença de dez anos de prisão para o ex-ministro do Interior Juan Briones Dávila, enquanto os outros nove ex-funcionários, entre os quais o ex-ministro da Economia Carlos Boloña, receberam uma pena de quatro anos de prisão.
Os nove ex-ministros receberam sursis – suspensão condicional da condenação – e poderão cumprir as penas em liberdade, mas Briones terá que cumprir a sua em regime fechado. A pena maior de Briones se deve ao tribunal ter considerado que, devido ao seu cargo de ministro do Interior, tendo a polícia sob seu comando, participou ativamente do planejamento e execução do golpe de Estado.
O tribunal ordenou que os culpados paguem uma multa conjunta de US$ 1 milhão como reparação civil ao Estado. Briones, além disto pagará US$ 16.700 a cada uma das pessoas que tiveram o direito de ir e vir impedido ou foram detidas.
O julgamento de Fujimori, acusado de violação dos direitos humanos e corrupção, começará no Peru no dia 10 de dezembro. A Justiça peruana entendeu que os ex-ministros foram co-responsáveis pelo autogolpe de 5 de abril de 1992, desfechado por Fujimori para substituir a Constituição de 1979 por outra que servisse aos seus interesses.
Combate
Um combate entre rebeldes do grupo maoísta Sendero Luminoso e a polícia, na madrugada desta terça-feira (27), deixou um guerrilheiro morto. Outros oito rebeldes foram capturados, informou o ministro do Interior, Luis Alva.
Segundo o ministro, a operação "vulcão" teve como resultado o combate com o grupo em Aucayacu, na selva do Huallaga. O rebelde morto é Epifanio Espíritu Acosta, apelidado JL. Segundo o governo peruano, JL era o subordinado mais importante do chefe local "camarada Artêmio". Oito guerrilheiros foram capturados, entre os quais uma mulher. O exército também apreendeu fuzis.
O Sendero, que assolou o Peru em uma escalada de violência terrorista entre 1980 e o princípio de década de 1990, começou a ser desmantelado em 1992 com a captura do seu fundador e líder, Abimael Guzmán, que cumpre pena de prisão perpétua.
