O presidente de Israel, Shimon Peres, reiterou esta tarde que seu governo manterá sua atual posição sobre os assentamentos israelenses em território palestino. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Peres ressaltou que Israel não abrirá mão de manter o crescimento vegetativo em três lugares onde já existem assentamentos na Cisjordânia. Com essa declaração, Peres expôs mais uma vez o impasse que impede a retomada de negociações com a Autoridade Nacional Palestina, que exige a extinção desses assentamentos em seu território.
Ontem, no Senado Federal, Peres havia feito um chamado direto ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para a retomada das negociações e acrescentara que Israel estaria disposta a fazer concessões “difíceis, dolorosas e necessárias”. Hoje, Peres apenas admitiu que novos assentamentos não sejam fixados na Palestina, que não haverá confisco de terras, nem financiamento para novas construções.
“A questão dos assentamentos está clara”, afirmou. “Sabemos que há assentados há mais de 40 anos (nessa região). Muitos dos que removemos ainda não foram reinstalados. Nós pagamento um preço alto por isso”, afirmou. Mesmo sem dar sinais de que Israel poderá fazer as concessões necessárias para a retomada das negociações, Peres insistiu que o problema deve ser resolvido e que espera que, durante a visita do presidente Lula ao Oriente Médio, se perceba que essa questão pode ser solucionada.
Falta de luz
O presidente de Israel, Shimon Peres, acabou causando um certo constrangimento ao presidente Lula e outras autoridades do governo durante seu discurso no Palácio do Itamaraty. Depois de dizer que “o céu brasileiro tem mais estrelas que qualquer outro lugar”, Peres elogiou a participação do Brasil na busca pela paz no Oriente Médio e disse:
“O presidente criou o programa Luz para Todos, portanto, luz para todos nós. Senhor presidente, venha e acenda a luz para todos nós no Oriente Médio”, disse Peres, aparentemente sem saber do problema ocorrido nas linhas de transmissão que provocaram um apagão em 18 Estados brasileiros.