Pequim lança plano para melhorar reputação dos produtos “Made in China”

A China lançou um plano nesta semana para realizar uma ambiciosa reforma em seu setor industrial, a fim de melhorar a reputação dos produtos “Made in China”, normalmente vistos como feitos com abusos ao meio ambiente, com os operários descrevendo os processos como tediosos, sujos e perigosos, informa a agência estatal Xinhua em seu site.

Na reportagem, a agência oficial diz que o plano “Made in China 2025”, divulgado na terça-feira, tem como objetivo reduzir o impacto ambiental do setor industrial e promete transformá-lo “em uma indústria eficiente e sofisticada”. A intenção também é oferecer estratégias para o país elevar o nível de seus produtos, de um baixo valor agregado para produções com uso intensivo de tecnologia, encorajando as empresas domésticas a buscar avanços tecnológicos em uma série de indústrias emergentes, incluindo áreas como a robótica para o equipamento aeroespacial e novos veículos de energia.

De acordo com a Xinhua, muitos vincularam o plano à iniciativa Indústria 4.0, da Alemanha, que enfatiza a integração maior entre a produção física e o mundo virtual dos dados. A piora na carência de trabalhadores e o aumento no custo de trabalho também são uma prova da urgência por uma melhora na indústria do país, diz a agência.

A Xinhua aponta que inúmeras das tecnologias emergentes que a China quer impulsionar nesse plano requerem tecnologias de ponta, muitas delas produzidas por companhias de economias avançadas, como os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. Para reduzir a forte dependência de tecnologias estrangeiras, Pequim está elevando o investimento em pesquisa e desenvolvimento. A fatia do Produto Interno Bruto (PIB) para esse fim subiu de 1,5% em 2008 para mais de 2% no ano passado, mas ainda fica abaixo dos 3% das economias desenvolvidas, de acordo com a agência.

“O crescente apoio do governo para a pesquisa pode significar mais oportunidades para companhias estrangeiras de tecnologia que pretendem impulsionar sua presença em pesquisa e tecnologia na China”, disse a consultoria em tecnologia Gartner à Xinhua. Segundo a analista Eileen He, da Gartner, caso as empresas globais possam “alinhar sua visão e esforço com as prioridades de pesquisa do governo chinês, elas encontrarão muitos benefícios de longo prazo aqui”. (Gabriel Bueno da Costa)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo