Autoridades na capital chinesa disseram hoje que jornalistas estrangeiros têm que pedir permissão ao governo para realizar entrevistas em Pequim, adotando uma interpretação mais dura das atuais regras em meio a convocações na internet de protestos populares na esteira do que acontece no Oriente Médio.
Li Honghai, vice-diretor do Escritório de Assuntos Estrangeiros de Pequim, afirmou que os repórteres têm que conseguir uma permissão do governo para realizar qualquer atividade dentro do centro da cidade.
O anúncio de Li em uma entrevista à imprensa torna explícita as restrições que a polícia começou a adotar há mais de uma semana após mensagens online de origem desconhecida convocando protestos em locais designados em Pequim, Xangai e outras cidades chinesas todo domingo. Na última semana, a polícia seguiu repórteres estrangeiros em Pequim, e em alguns casos impediu a filmagem mesmo de objetos porque eles não tinham permissão.
No terceiro domingo desde que as convocações apareceram na internet, nenhuma manifestação aparente aconteceu em Pequim ou Xangai, onde a polícia prendeu pelo menos 17 repórteres estrangeiros por aparecerem no local combinado de protesto sem permissão para estar lá.
A exigência de permissão mostra como o governo está nervoso com as convocações de protestos.
As autoridades de Pequim usaram a entrevista à imprensa para classificar as convocações na internet de tentativa de prejudicar a estabilidade da China.
“Todas as pessoas de mente limpa saberão que essas pessoas escolheram o local errado e têm a ideia errada. As coisas que eles querem ver acontecer não aconteceram e não podem acontecer em Pequim”, disse a porta-voz do governo da cidade, Wang Hui. As informações são da Associated Press.