Pequeno animal carnívoro ganha a simpatia dos brasileiros

Um pequeno carnívoro de origem egípcia – antigamente usado por europeus para caçar roedores dentro de casas e silos – vem ganhando espaço nos lares brasileiros e sendo considerado uma ótima companhia. O ferret (Mustela putorius furo) é importado dos Estados Unidos, como animal de estimação, e considerado parente do furão brasileiro, uma espécie silvestre e não domesticada.

Por exigência do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), os bichinhos entram no Brasil já castrados, com cerca de dois meses de idade. A medida serve para evitar um possível desequilíbrio ecológico, em função de superpopulação do animal. "A castração evita que, em caso de soltura irregular ou mesmo fuga, o animal venha a competir por espaço e comida com o furão brasileiro", explica a coordenadora do Núcleo de Fauna do Ibama, Cosette Xavier da Silva.

Todos os ferrets também são importados contendo um microchip instalado sob a pele. No momento da compra, os proprietários devem assinar um documento que contém o número do microchip e através do qual se responsabilizam pelo animal, ficando encarregados de informar o Ibama sobre possíveis vendas ou doações. Quando o animal foge de casa, não consegue voltar. Desta forma, o microchip também serve para localizar os proprietários quando o ferret é encontrado por pessoas estranhas.

Depois de adquirido, o ferret pode ser mantido em gaiolas, geralmente equipadas com pequenas tubulações, pelas quais eles adoram correr; com redes, onde gostam de tirar suas sonecas; potinhos de água e brinquedos próprios. Pelo menos uma vez ao dia, devem ser retirados da gaiola, para que possam se exercitar. Eles gostam muito de passear com coleirinhas ou dentro de pequenos cestos.

Considerados muito curiosos, não devem ser soltos livremente pela casa sem a presença de uma pessoa responsável. Isso porque eles são especialistas em arranhar tapetes e estofados, agarrar pontas de cortinas, entrar em gavetas e armários, se esconder dentro de caixas e dar sumiço a pequenos objetos, como por exemplo chaves e relógios, escondendo-os pela casa. "Também é preciso tomar cuidado com tomadas e evitar que eles entrem em tubulações presentes pela residência. Quando soltos, os ferrets fuçam por tudo", comenta a proprietária da loja Pet from Ipanema, de Curitiba, Silvia Duarte, que importa e comercializa os animais.

Embora costumem dormir de 12 a 16 horas por dia, os ferrets não são animais noturnos e geralmente se acostumam aos horários de seus proprietários. Eles são silenciosos, se alimentam de ração especial à base de carne e possuem um odor característico, que pode incomodar algumas pessoas. Para evitar o cheiro, os animais devem ser banhados a cada quinze dias, com água acrescida de shampoo especial para ferrets. "Só se deve cuidar para que a água e o produto não entrem nos olhos e nas orelhas do bichinho, o que pode gerar irritação. Ainda no momento do banho, é indicado realizar corte de unhas." O mercado de pet shops também disponibiliza talcos especiais.

Bastante dóceis, os ferrets convivem bem com outros animais de pequeno porte e crianças. Em Curitiba, os machos podem ser encontrados por R$ 1.450,00 e as fêmeas, por R$ 1.500,00.

Bichinhos podem adquirir vírus da gripe humana

Os ferrets vivem, em média, oito anos, mas podem chegar a doze. Para evitar que eles fiquem doentes, os proprietários devem ficar atentos à vacinação. No início da vida, os animais devem tomar três doses de vacina contra cinomose, doença considerada fatal.

Segundo a médica veterinária Aryele Herrera, a primeira dose deve ser fornecida quando o ferret completa oito semanas de vida. A segunda, quando completa doze semanas, e a terceira, com dezoito. "Também com dezoito semanas, os proprietários devem dar a vacina anti-rábica, que é a mesma dada aos cães, só que de uma marca específica. Já contra a cinomose é própria ao ferret", explica.

Como os ferrets podem adquirir o vírus da gripe humana, não é aconselhável que pessoas gripadas se aproximem do bichinho. A doença tem cura e é tratada com base nos sintomas. Porém, pode evoluir para uma pneumonia e mesmo matar animais mais fracos e sensíveis.

"Quem tem ferret também deve fazer o controle parasitário do animal, o que acontece através de exame de fezes. É importante que os bichos passem por controle veterinário anual no início da vida e, após os quatro anos de idade, semestral. Isto ajuda a prevenir o aparecimento de doenças." (CV)

Lambem sabão, mas dão menos trabalho que cães

A artesã Cristina Lofredo adquiriu seu primeiro ferret há seis anos. Em uma feira de animais, ela se encantou com o bichinho e comprou logo um casal. Pouco tempo depois, ainda não acostumada com o hábito dos animais de fuçar tudo e entrar em qualquer buraquinho que encontram pela frente, ela teve uma grande tristeza.

"Eu sempre deixava os ferrets soltos na lavanderia de casa pela manhã, pois tinha pena de mantê-los fechados dentro da gaiola. Certo dia, a fêmea simplesmente desapareceu. Eu a procurei por toda casa e não consegui encontrá-la, dando-a por perdida. Dias depois, descobri que ela tinha conseguido entrar dentro da máquina de lavar, ficando presa lá dentro e morrendo", conta. "O pior é que tempos depois, também perdi o macho, que ficou muito triste sozinho."

Hoje, Cristina tem outro macho, chamado Alex, que está com três anos de idade. Passado o trauma do acidente com a fêmea, ela diz que os ferrets são superdóceis e companheiros. "A única coisa é que eles são muito bagunceiros e agitados. São terríveis!", afirma. "Meu ferret joga as coisas de dentro dos armários. Se a gente não cuida, adora lamber sabão, e está sempre querendo brincar e chamar a atenção. Mesmo assim, é muito querido e dá menos trabalho que um cachorro." (CV) 

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