Autoridades do governo afirmaram que apenas seis pessoas sobreviveram à queda de um avião em Goma, no leste da República Democrática do Congo, nesta terça-feira (15). A aeronave transportava 85 pessoas, entre passageiros e membros da tripulação.
Segundo Julien Mpaluku, governador da província em que ocorreu o acidente, havia 79 passageiros e seis membros da tripulação. Mpaluku afirmou que havia muito fogo na área, o que tornava difícil identificar se os corpos resgatados eram dos passageiros ou não.
"Já recolhemos dezenas de cadáveres. Há muitas chamas, o que dificulta determinar se os corpos que estamos recolhendo são de passageiros do avião, de transeuntes ou de gente que vive na área do acidente", explicou Mpaluku.
A aeronave caiu pouco após decolar, em uma região residencial do bairro de Birere, situada perto da pista. O avião pertence à companhia particular Hewa Bora e se dirigia para a capital do país, Kinshasa, segundo Gauthier Iloko, chefe-adjunto do aeroporto de Goma.
Havia mais de uma versão sobre o número de mortos. Além do número divulgado pelo governador, um funcionário de uma companhia aérea afirmou que 60 passageiros sobreviveram. Porém, funcionários locais disseram que dezenas de corpos já haviam sido retirados dos escombros.
Segundo empregados da agência humanitária World Vision, que tem um escritório a menos de um quilômetro do local do acidente, o avião "não conseguiu deixar o solo" da forma esperada. Em seguida, lançou-se "através de casas de madeira e lojas" na movimentada área Birere.
Um ex-piloto que sobreviveu à queda, Dunia Sindani, deu versão similar em uma entrevista. Segundo Sindani, a aeronave teve um problema, possivelmente com um pneu furado, e não conseguiu ganhar a velocidade necessária para deixar o solo da maneira adequada.
A tragédia é mais uma no sistema aéreo do Congo. O país enfrentou mais acidentes fatais no setor que qualquer país africano, desde 1945.
Na sexta-feira passada, a União Européia proibiu a companhia Hewa Bora de voar no espaço aéreo europeu. O motivo da punição não foi então divulgado.
O porta-voz da UE Michele Cercone disse, nesta terça-feira (15), que todas as empresas da República Democrática do Congo foram banidas. "Isso é por causa de uma falta generalizada de um efetivo controle das autoridades da aviação civil para monitorar e manter um mínimo de padrões técnicos" no país, disse ele.
