A ExxonMobil argumentou a um tribunal de Londres que a Petróleos de Venezuela (PDVSA) agiu de má-fé e quebrou o contrato original da joint venture (parceria) Cerro Negro ao se negar a compensar a companhia americana em US$ 12 bilhões. A declaração foi feita pela chefe dos advogados da Exxon, Catherine Otton-Goulder, durante audiência.
A advogada afirmou que, se a PDVSA tivesse agido de boa-fé e se as negociações tivessem sido realizadas de acordo com a fórmula original do contrato, a PDVSA teria concordado em pagar o valor pedido pela Exxon.
"A Exxon está falhando em provar que a PDVSA agiu de má-fé. O próprio juiz perguntou se não seria possível haver discordância sobre o que é boa-fé", afirmou o embaixador da Venezuela no Reino Unido, Samuel Moncada. "Nos termos da fórmula usada, a Exxon quer que a compensação seja estendida pelos próximos 20 anos, como se nós soubéssemos o que vai acontecer até lá. Quem sabe onde vão estar os preços do petróleo em 20 anos?", declarou Moncada.
O embaixador disse que a Venezuela e a PDVSA vão esperar até o fim desta audiência para decidir se abrem um processo contra a ExxonMobil. A empresa venezuelana acusa a Exxon de "roubar" 500 mil barris de petróleo e o país já cortou as vendas à vista do produto para a companhia dos Estados Unidos.
A audiência na Corte Real de Justiça de Londres, que estava prevista para terminar hoje, deve ser estendida até quinta-feira. Cerca de 50 manifestantes se reuniram do lado de fora do tribunal para protestar contra a ação da Exxon. As informações são da Dow Jones.