Paz no mundo marca fim do encontro em Davos

Personalidades líderes nos negócios, na política e no mundo do espetáculo fecharam o encontro do Fórum Econômico Mundial, com altas expectativas para o ano que se inicia, entre as quais as maiores são um acordo de paz de Israel com os palestinos e um pacto para lutar contra as mudanças climáticas. O ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse hoje que ele quer e lutará por acordos nos dois temas até o final de 2008. Dividindo o mesmo nível de ambição, o prêmio Nobel Elie Wiesel pediu à China que abra suas portas para o Dalai Lama e pediu também por um final no conflito na região de Darfur, no Sudão. A executiva-chefe da PepsiCo., Indra Nooyi, pediu por preços mais baixos nos alimentos, como uma maneira de mitigar a fome dos pobres em 2008.

A sessão final do encontro parecia afastar qualquer pessimismo, apesar do medo de que um declínio na economia dos Estados Unidos leve a uma recessão mundial. Apesar da participação do roqueiro Bono Vox, do U2, e da atriz Emma Thompson, as verdadeiras estrelas do encontro no resort suíço foram o co-fundador do YouTube, Chad Hurley, e o quase sempre presente Bill Gates, que levou um estrondoso aplauso em sua última aparição em Davos como dirigente da Microsoft. Gates deverá deixar o cargo no final de 2008.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, defendeu a política do presidente americano, George W. Bush, para o Oriente Médio, e tentou acalmar os temores de uma recessão, ao afirmar que a economia dos EUA é forte e permanecerá um "motor de crescimento". Se a economia americana caminha mesmo para a recessão – ou apenas desacelera – e o impacto disso no resto do mundo foram temas de intensa discussão nos últimos cinco dias em Davos. A questão mais abordada é se, no caso de uma recessão nos EUA, os dois gigantes asiáticos, Índia e China, seriam capazes de absorver o choque e manter o crescimento econômico.

"Eu sou otimista sobre o futuro", disse o executivo-chefe da China Mobile Communications Corp., Wang Jianzhou. "Se houver recessão nos EUA, podemos dizer de uma maneira geral que ela terá impacto na China, mas eu não acredito que será um grande impacto", afirmou Wang. Poderá haver redução nas exportações chinesas, disse Wang, mas "nós ainda temos e teremos um forte consumo doméstico". A China Mobile tem 370 milhões de clientes. "Eu acredito que esse é o primeiro teste sério que nós veremos, se o motor do crescimento econômico mundial está apenas nos EUA ou se o balanço de poder realmente mudou e está mais distribuído. Eu estou otimista com a situação", disse Indra Nooyi, a executiva-chefe da PepsiCo.

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