Uma partido de extrema direita, apoiado por extremistas paramilitares, deve conquistar um dramático avanço nas eleições nacionais de amanhã na Hungria, refletindo os recentes avanços dos partidos anti-imigração em toda a Europa. Mas a liderança na primeira rodada de votação deve ficar com o Fidesz, o principal partido de centro-direita liderado pelo ex-primeiro-ministro Viktor Orban, com até 60% dos votos, segundo as mais recentes pesquisas.
Isso deixa a disputa real para o segundo lugar. Com a Hungria no grupo dos países mais fortemente atingidos pela recessão mundial, o partido Jobbik, de extrema-direita, tem capitalizado o crescente nacionalismo e o ressurgimento do sentimento antissemita e anti-cigano atrelado ao declínio econômico. Os analistas dão ao partido uma boa chance de obter a maior votação depois do Fidesz, com a pesquisa Gallup apontando 17% dos votos.
Isso, por sua vez, seria uma catástrofe para os Socialistas atualmente no governo, que são responsabilizados pela população pelas dificuldades econômicas. As pesquisas de opinião projetam que os Socialistas terão menos de 20% dos votos – uma chocante reversão do apoio de 43% que receberam em 2006.
Diferentemente do Fidesz e dos Socialistas que estão no cenário político desde a primeira eleição democrática em 1990, o Jobbik é um partido relativamente novo, que surgiu em cena durante a eleição do ano passado para o Parlamento Europeu, obtendo quase 15% dos votos – quase três vezes mais do que qualquer outro partido de extrema-direta na Hungria desde o fim do comunismo.
Em graus variados, judeus e ciganos são tradicionalmente os “bodes expiatórios” em tempos de dificuldade do ponto de vista das maiorias na Europa Oriental. O Jobbik conseguiu inflar a tradicional base, relativamente pequena, de apoiadores de radicais nacionalistas e antissemitas entre os eleitores das pequenas cidades em dificuldades no país, onde a falta de emprego e roubos relacionados à pobreza têm exacerbado as tensões com os ciganos.
As pesquisas de opinião apontam que o Fidesz pode obter amanhã a maioria de dois terços de 386 assentos do poder legislativo, o que lhe daria poder para modificar a Constituição e outras leis necessárias para implementar reformas frequentemente adiadas nos governos locais e no sistema eleitoral.
A votação na Hungria está marcada para começar às 7h (de Brasília). As urnas serão fechadas às 20h (de Brasília) e os resultados preliminares são esperados para ao redor das 23h (de Brasília).