Após dois meses de uma eleição inconclusiva, o Partido Socialista e o Ciudadanos, legenda de centro-direita, anunciaram nesta quarta-feira uma agenda legislativa para uma coalizão de governo.
A aliança dos dois partidos é a primeira desde as eleições, mas não garante a maioria no Parlamento. O programa conjunto de governo prevê, entre outras coisas, medidas para combater a corrupção e reduzir o número de parlamentares eleitos. Ele também se empenha em aderir aos limites de déficit orçamentário da União Europeia, mas irá pedir um ano para se adequar às regras e a isenção de cortes em áreas como educação e saúde. O documento também se coloca contra a independência da Catalunha.
“A Espanha expressou um forte desejo de mudança”, diz o documento de 66 páginas assinado por líderes dos dois partidos. “Um maior pluralismo nas casas do Parlamento e a falta de uma maioria clara significa que a possibilidade de formar um governo depende de acordos entre as principais forças políticas”.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez espera que a agenda seja capaz de angariar a simpatia de deputados do Partido Popular e do Podemos. Na semana que vem, parlamentares decidem se dão um voto de confiança ou não ao seu governo.
Os desafios para Sánchez são consideráveis. O Partido Popular tem repetido que vai votar contra seu governo, na expectativa de conseguir assegurar um segundo mandato para seu líder, Mariano Rajoy.
Já o líder do Podemos, disse que seu partido de extrema esquerda se opõe à coalizão do Ciudadanos com os socialistas. Ele propôs uma aliança entre os socialistas com seu partido e outras pequenas legendas de esquerda do país Basco e da Catalunha. A questão da secessão dos catalões, no entanto divide os dois principais partidos desse grupo. Fonte: Dow Jones Newswires.
