Candidatos do Partido Republicano conseguiram vitórias na campanha para o Senado e também na da Câmara dos Representantes, o que garante que o presidente eleito Donald Trump começará o mandato com seu partido com total controle do Legislativo. Os senadores democratas, porém, mesmo em minoria, terão algum poder no Senado para negociar com os rivais.
A aliança republicana, além disso, pode ter dificuldades no início, diante das profundas diferenças entre Trump e os líderes republicanos no Congresso. As declarações polêmicas do candidato foram alvo de críticas dos aliados durante a longa e turbulenta campanha presidencial.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, e o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, parabenizaram Trump pela vitória no início desta quarta-feira.
Tanto no Senado como na Câmara, os republicanos assumirão em janeiro com margens mais estreitas de vantagem que têm neste ano contra os democratas. Ainda assim, os candidatos das duas Casas tiveram resultados melhores que o esperado.
Após meses de dúvidas sobre se Trump poderia prejudicar os candidatos republicanos ao Senado, a força dele na verdade impulsionou o partido em Estados mais disputados. O senador Ron Johnson, por exemplo, conseguiu a reeleição em Wisconsin, algo que era dado como improvável até as últimas semanas da disputa. O republicano Pat Toomey ainda derrotou a democrata Kati McGinty na Pensilvânia, o que tornou impossível para os oposicionistas garantir a maioria no Senado.
Os republicanos terão pelo menos 52 das 100 cadeiras do Senado no próximo ano, levando-se em conta que o republicano John Kennedy vença uma eleição marcada para dezembro na Louisiana, como esperado. Os democratas precisavam tomar cinco cadeiras dos rivais para retomar a maioria que perderam em 2014.
Com o controle do Legislativo, os republicanos poderão levar adiante seu compromisso de rechaçar a reforma no sistema de saúde e também desmantelar a reformulação no sistema financeiro prevista na lei Dodd-Frank. A última vez que os republicanos controlaram a Câmara e o Senado ocorreu entre 2003 e 2007, no governo de George W. Bush.
O Senado também estará pressionado a confirmar os indicados de Trump para a Suprema Corte, que tem um cargo vago após o magistrado Antonin Scalia morrer em fevereiro.
Ainda assim, os republicanos não terão 60 cadeiras no Senado, patamar necessário para aprovar a maioria das medidas nessa Casa. Com isso, republicanos e democratas terão de trabalhar juntos diante da perspectiva de um presidente polarizador e com tensões dentro dos próprios partidos. Fonte: Dow Jones Newswires.