O Partido da Paz e da Prosperidade do Butão, visto como mais monarquista que seu concorrente, foi o vencedor das primeiras eleições parlamentares da história do Butão. O reino localizado entre China e Índia viu o partido levar quase todas as cadeiras na nova legislatura, segundo a comissão eleitoral do país. O partido levou 44 das 47 cadeiras do novo Parlamento, segundo o comissário das eleições, Kunzang Wangdi. Seu rival, o Partido Democrático do Povo, levou apenas três cadeiras.
O comparecimento às urnas foi de 79% dos 320 mil eleitores registrados. Os resultados, ainda não oficializados, foram divulgados poucas horas após o fechamento das urnas. Não houve registro de violência durante a votação. A eleição encerra um período de mais de um século de monarquia absoluta. Mas como muitas outras coisas na terra – conhecida pela resistência a aceitar a modernidade, permitindo a televisão e a internet apenas em 1999 -, a votação apresentou uma inversão importante: foi o rei, e não o povo, quem pressionou pela democracia.
O país de 600 mil habitantes vê a monarquia com bons olhos, pois progrediu sob essa forma de governo. No fim de 2006, o rei Jigme Singhye Wangchuck abdicou em favor do filho, Jigme Keshar Namgyal Wangchuck, de 28 anos. Este permanecerá como chefe de Estado e deve manter influência sobre a política nacional.