O Centro Harmonia, partido composto predominantemente por russos étnicos que vivem na Letônia, deve ser o mais votado nas eleições gerais do país hoje, marcando a primeira vez em 20 anos de independência da nação em que um grupo pró-Rússia conseguiria obter uma representatividade elevada no parlamento letão.

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Muitas pessoas acreditam que o Centro Harmonia poderia afastar a Letônia da União Europeia e da Otan, blocos aos quais o país aderiu em 2004, e estimular uma aproximação com a Rússia. Os líderes do partido, que controlam a prefeitura da capital, Riga, negam a acusação, embora reconheçam que gostariam de trazer de volta para casa as tropas que estão no Afeganistão junto com as forças da Otan.

O próximo governo da Letônia terá como objetivo imediato cortar os gastos públicos e elevar os impostos, medidas que fazem parte de um plano de austeridade fiscal elaborado pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia e que são uma contrapartida para a liberação de empréstimos ao país.

Após quatro anos de forte crescimento, a economia da Letônia afundou há dois anos e desde então encolheu 25% – uma das piores recessões do mundo. A taxa de desemprego atingiu aproximadamente 25% e dezenas de milhares de jovens do país migraram para regiões que oferecem melhores condições, como a Inglaterra.

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O presidente da Letônia, Valdis Zatlers, que possui o direito de nomear o próximo primeiro-ministro, disse que o seu critério de seleção será a adesão ao programa de resgate econômico do país. Ele acrescentou que não permitirá mudanças na política externa, indicando uma potencial relutância em permitir que o Centro Harmonia forme o próximo governo. As informações são da Associated Press.