O partido apoiado pelo regime militar de Mianmar ficou com cerca de 80% das cadeiras no Parlamento, nas primeiras eleições realizadas no país em 20 anos, informou hoje um alto membro da sigla. “Nós levamos cerca de 80% das cadeiras. Estamos contentes”, disse a fonte, do partido da Solidariedade e do Desenvolvimento da União, formado pelo primeiro-ministro, Thein Sein, e por ex-altos militares do país. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no domingo que as eleições em Mianmar não são “livres” nem “limpas”.
Já a China, que tem um governo de partido único, elogiou a disputa do fim de semana em Mianmar. “Este é um passo fundamental para Mianmar na implementação do cronograma de sete passos na transição para um governo eleito, e portanto é bem-vindo”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Segundo ele, a eleição foi realizada de maneira “segura e sem dificuldades”. A China é um importante fornecedor de armas para Mianmar, seu vizinho ao sul, e compra recursos naturais desse país.
Não houve ainda anúncio oficial dos resultados, mas a expectativa é de que o partido apoiado pelo regime vença a disputa. Há dificuldades legais, financeiras e de fazer campanha para a oposição. O principal nome pela luta democrática no país, a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, está em prisão domiciliar e não participou da disputa. Líderes oposicionistas reclamam de intimidação e outras irregularidades generalizadas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que a eleição não foi de modo suficiente “inclusiva, participativa e transparente”, segundo um porta-voz. As informações são da Dow Jones.