O político italiano Matteo Salvini, cuja popularidade cresce desde que ele se ministro em junho, enfrenta sua primeira dificuldade. O partido a que pertence, o Liga Norte, corre risco de falência em razão de uma penalidade relacionada a casos de corrupção no passado.
Os aliados de governo do Movimento 5 Estrelas o pressionam nos últimos dias a cumprir com uma decisão judicial emitida na semana passada segundo a qual a Liga deve pagar 49 milhões de euros para recompor um fundo destinado a custos com uma eleição ocorrida há mais de uma década. A decisão ocorre em consequência de uma condenação anterior, contra a qual o partido recorre. Líderes da Liga Norte foram condenados por fraudar fundos públicos eleitorais.
O partido de Salvini afirma que não possui o dinheiro. Membros afirmam que a existência da Liga Norte foi colocada em risco pela decisão do tribunal de que seja interrompido o envio de novos recursos até que o valor de 49 milhões de euros seja devolvido aos cofres públicos.
A Liga Norte conquistou 17% dos votos nas eleições parlamentares da Itália em março, mas pesquisas de opinião agora afirmam que mais de 30% dos italianos apoiam o partido.
Se o Poder Judiciário cortar o financiamento futuro do partido, no entanto, “o partido deixa de existir”, conforme afirmou Giancarlo Giorgetti, braço direito de Salvini. A Liga Norte já alertou seus funcionários de que pode não ser capaz de pagar os salários deles por muito tempo.
Se não conseguir apelar com sucesso para reversão da pena ou para sua diminuição, o principal partido de extrema direita da Itália pode evitar a devolução de recursos reconstituindo-se sob outro nome. Líderes já consideram essa alternativa, conforme informaram à Dow Jones Newswires fontes próximas. Salvini, no entanto, disse publicamente que isso não ocorreria.
A penalidade dura não é a única dor de cabeça de Salvini na Justiça. Ele também foi posto sob investigação por ter se recusado a permitir que pessoas buscando asilo desembarcassem de um navio da guarda costeira italiana. Procuradores na Sicília, onde o navio aportou, questionam se a atitude de Salvini pode ser considerada sequestro. Salvini rejeita as acusações e disse na semana passada que faria tudo de novo. Fonte: Dow Jones Newswires.