O chefe do partido islâmico turco Ennahda, Rached Ghannouchi, que venceu as eleições realizadas no último final de semana, pediu calma na cidade de Sidi Bouzid, berço da revolução mo país, após confrontos ocorridos durante a noite.
“Nós pedimos calma e a preservação da propriedade pública”, disse Ghannouchi, depois de mais de 2 mil jovens terem marchado na direção da sede do Ennahda e terem saqueado prédios públicos em Sidi Bouzid após o anúncio dos resultados eleitorais na quinta-feira.
Ele também reafirmou nesta sexta-feira o “compromisso” do Ennahda “com as mulheres da Tunísia” e prometeu defender seus ganhos sociais.
“O Ennahda reafirma seu compromisso com as mulheres da Tunísia e com o fortalecimento de seu papel político na tomada de decisões, com o objetivo de evitar qualquer retrocesso em seus ganhos sociais”, afirmou Ghannouchi em coletiva de imprensa, lembrando que 42 das 49 mulheres eleitas para a Assembleia constituinte eram candidatas do Ennahda.
“A democracia é para todos. Nossos corações estão abertos para todos. Pedimos a todos o nossos irmãos, independentemente de sua visão política, que participem da elaboração da Constituição e da instalação do regime democrático”, disse Ghannouchi.
“A revolução não aconteceu para destruir o Estado, mas para destruir o regime. Nós estamos determinados a proteger o Estado tunisiano”, acrescentou o líder do Ennahda, cujo partido conquistou 90 dos 217 assentos da Assembleia constituinte na eleição realizada no domingo.
“Há uma revolução neste país. As pessoas querem uma mudança na política e nos políticos”, acrescentou Ghannouchi, cujo partido foi proscrito durante o governo do ditador Zine el-Abidine Ben Ali, que caiu em janeiro em razão de um levante popular. As informações são da Dow Jones.