A Irmandade Muçulmana afirmou nesta quarta-feira que obteve dois terços das cadeiras em disputa no início do processo eleitoral no Egito, o primeiro desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. O grupo, representado pelo Partido Liberdade e Justiça (PLJ), afirmou em sua página no Facebook que ficou com 36 das 54 cadeiras, ou 66,6% das vagas.

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A Irmandade Muçulmana era um movimento banido sob o regime de Mubarak. O partido islâmico também está à frente em uma votação separada em que as cadeiras são dadas pelos votos nos partidos, não nos candidatos. Na disputa partidária, que distribuirá 100 cadeiras, ela obteve 36,6% dos votos, enquanto o fundamentalista islâmico Al-Nur ficou em segundo, com 24,4%. Os resultados oficiais para os votos nos indivíduos não foram divulgados.

A vitória arrasadora do PLJ em disputas individuais e sua importância no voto entre os partidos abrem caminho para o partido tornar-se o principal poder no novo Parlamento, que terá 498 cadeiras.

Apenas um terço dos distritos votaram até agora, com o restante do país realizando eleições em mais duas etapas, em 14 de dezembro e em janeiro.

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A perspectiva de um Parlamento dominado pelos islâmicos gera temor entre os liberais em relação às liberdades civis, aos direitos das mulheres e à liberdade religiosa, em um país com a maior minoria cristã no Oriente Médio.

A Irmandade Muçulmana afirma que seus valores islâmicos são compatíveis com a democracia e que era a favor das liberdades individuais e do trabalho em conjunto com partidos que não são muçulmanos. Já o Al-Nur, um grupo linha-dura salafista, defende uma interpretação fundamentalista do Islã, a visão dominante na Arábia Saudita.

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O movimento liberal ficou com 29,3% votos no Egito, na primeira rodada de eleições. Mas esse grupo é muito fragmentado e está dividido em seis diferentes coalizões. As informações são da Dow Jones.