O Partido da Nova Democracia, do primeiro-ministro Kostas Karamanlis, admitiu a derrota na eleição parlamentar da Grécia após os resultados parciais das urnas indicarem a vitória da oposição socialista do país, ou Partido Pasok.
“O senhor Karamanlis falou com o líder do Pasok, George Papandreou, por telefone e o parabenizou pela vitória do partido”, desejando-lhe também boa sorte, de acordo com uma nota divulgada pelo departamento de imprensa do Partido da Nova Democracia. Karamanlis também renunciou à liderança do partido.
Até o momento, 39,66% das urnas foram apuradas, mostrando que o Pasok recebeu 43,66% dos votos, em comparação a 35,29% dos votos direcionados ao Partido da Nova Democracia.
O resultado garante ao Pasok uma maioria de 158 dos 300 assentos do parlamento grego, devolvendo os socialistas ao poder após cinco anos de mandato dos conservadores.
Segundo uma projeção divulgada pela empresa que administra a apuração das urnas, o Pasok deve vencer a eleição com um total de 43,8% dos votos, contra 33,9% dos votos obtidos pelo Partido da Nova Democracia.
Os conservadores tiveram “um fraco desempenho”, afirmou o parlamentar e membro do Partido da Nova Democracia, Manolis Kefaloyiannis. “É óbvio que o Pasok venceu.”
A eleição atual foi convocada no início de setembro por Karamanlis, praticamente na metade de seu segundo mandato como primeiro-ministro. Ele afirmou que precisava de um novo governo para conseguir lidar com as dificuldades econômicas da Grécia.
A decisão foi criticada por membros do Partido da Nova Democracia porque, naquele momento, a popularidade do governo vinha caindo, abalada por escândalos financeiros que forçaram inclusive alguns conservadores à renúncia. Um destes escândalos envolvia um acordo de troca de terras com um monastério grego ortodoxo que custou ao governo mais de ? 100 milhões (US$ 145,37 milhões).
O fracasso das autoridades em lidar com protestos que provocaram a morte de um adolescente em Atenas após um confronto entre manifestantes e policiais, em dezembro, também minou a imagem dos conservadores, assim como o recente desaquecimento da economia grega, que deve encolher e apresentar um déficit orçamentário equivalente a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009.
A economia, inclusive, foi um dos temas principais da campanha eleitoral. Ao contrário de Karamanlis, que pretendia solucionar os problemas atuais por meio do congelamento de salários, pensões e contratações no setor público, o líder da oposição, Papandreu, defende um pacote de estímulo de ? 3 bilhões (US$ 4,6 bilhões) para tirar a economia grega da recessão, criar empregos e aumentar salários e aposentadorias. As informações são da Associated Press.