O Movimento Muttahida Qaumi, quarto maior partido na Assembleia Nacional do Paquistão, vai deixar a coalizão de governo do presidente Asif Ali Zardari e se unir aos partidos da oposição, afirmou Faisal Sabswari, um dos parlamentares que integram a sigla. A decisão pode resultar numa moção de não confiança contra o primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, e derrubar o governo atual se os opositores conseguirem apoio suficiente. O Muttahida Qaumi, um partido laico com base na cidade de Karachi, já havia deixado a coalizão de governo na semana passada, mas só anunciou hoje que se juntará à oposição.
O Muttahida Qaumi disse que decidiu sair da coalizão por causa do fraco desempenho do governo em enfrentar problemas como a inflação em alta, bem como em lutar contra a corrupção, um mal que afeta a maioria dos paquistaneses, disse o parlamentar Haider Abbas Rizvi. “Nós estamos fazendo isso pelo bem dos paquistaneses comuns”, afirmou.
Alguns analistas políticos, contudo, acreditam que o Muttahida Qaumi está fazendo isso mais por interesses próprios que coletivos, deixando ainda aberta a possibilidade de que o governo possa reconquistar o apoio do partido ao oferecer as concessões certas. “O governo continuará a lutar para manter a coalizão intacta e perseguirá a reconciliação nacional”, disse Farahnaz Ispahani, uma porta-voz do presidente Zardari. “Nós entendemos a decisão do Muttahida Qaumi em aderir à oposição, mas esperamos que eles revejam essa posição”, comentou.
Agora, o Muttahida Qaumi passará seus 25 deputados para a oposição, deixando o governo com menos que as 172 cadeiras necessárias para formar maioria no Parlamento. Outro integrante da coalizão, o partido Jamit Ulema do Islã, também retirou seu apoio ao gabinete de governo e ameaçou levar seus sete deputados para a oposição se Zardari não demitir o primeiro-ministro Gilani. Ambos são do Partido do Povo Paquistanês (PPP).
De acordo com a Constituição paquistanesa, partidos que representem 20% das cadeiras do Parlamento podem pedir um voto de não confiança contra o primeiro-ministro. Se a medida for aprovada, os poderes do primeiro-ministro em vigor cessam imediatamente. As informações são da Associated Press.