A possibilidade de que o economista Mario Monti chefie como primeiro-ministro um governo de emergência na Itália ganhou força nesta quinta-feira e acalmou os mercados, assustados com a possibilidade da Itália seguir a Grécia e ameaçar a existência do euro. É possível que o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, encarregue Monti de formar um novo governo – o primeiro-ministro Silvio Berlusconi prometeu renunciar após a votação das medidas de austeridade e do orçamento de 2012 no Parlamento da Itália, no sábado ou no domingo. Embora parte dos políticos tenha descartado antecipar as eleições – algo que cabe ao presidente – muitos disseram que não votarão as medidas de austeridade e o orçamento. O Partido Povo da Liberdade (PDL) de Berlusconi e seu herdeiro político, Angelino Alfano, ainda não se decidiu a apoiar um eventual governo Monti. Gianfranco Fini, líder da Câmara e que lidera um bloco independente de direita, disse que apoia Monti.
Monti foi nomeado senador vitalício por Napolitano na quarta-feira, o que lhe permitiria liderar um novo governo. Berlusconi felicitou o economista nesta quinta-feira pela nomeação, mas não está claro se seu partido de centro-direita apoiará um possível governo de Monti. Berlusconi sempre teve preferência por seu próprio candidato, o ex-ministro da Justiça, o siciliano Angelino Alfano, para sucedê-lo um dia. Uma reunião que ocorreu hoje entre Berlusconi e os caciques políticos do PDL na mansão do premiê demissionário em Roma terminou sem resultado – o PDL não informou se apoiará ou não um possível governo de Monti.
“Nosso partido não está dividido. Existem opiniões diferentes, mas chegaremos a um consenso. Berlusconi pediu demissão ao anunciar que queria aprovar grande parte das medidas apoiadas pela União Europeia porque isso significa fazer o bem para a Itália”, disse Alfano. Tanto o político siciliano quanto Berlusconi disseram que o comitê executivo do partido decidirá ou não participar de um eventual governo Monti, informa a agência Ansa. A decisão pode ser tomada na noite desta quinta-feira ou na sexta-feira. O partido xenófobo Liga Norte (direita), que foi aliado de Berlusconi na coalizão de governo de centro-direita, descartou a hipótese de apoiar um governo de transição. Umberto Bossi, líder da Liga, defende a antecipação das eleições de 2013, informa a Ansa. É provável que a Liga Norte passe para a oposição.
As informações são da Associated Press, Dow Jones e Ansa.