Milhares de partidários do presidente do Egito, Mohammed Morsi, se reuniram nesta sexta-feira numa demonstração de apoio ao governante, antecipando-se aos protestos marcados pela oposição, que devem acontecer neste final de semana.

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A oposição pretende levar grandes multidões para as ruas de todo o país no domingo para forçar a renúncia de Morsi. Nos últimos dias, opositores do presidente e integrantes da Irmandade Muçulmana, da qual Morsi faz parte, têm entrado em confronto em várias cidades do delta do rio Nilo, deixando pelo menos cinco mortos. A última vítima morreu nesta sexta-feira por causa dos ferimentos sofridos no dia anterior, informaram membros das forças de segurança.

Muitos temem que os confrontos sejam o prelúdio de batalhas mais amplas e violentas no domingo. O clérigo Hassan al-Shafie, da Al-Azhar, uma das mais importantes instituições religiosas muçulmanas do país, advertiu sobre a possibilidade de uma “guerra civil” após os confrontos de rua no delta do Nilo.

O Aeroporto Internacional do Cairo estava cheio de passageiros saindo do país, um êxodo que, segundo funcionários, não tem precedentes. As fontes afirmaram que os voos com destino à Europa, Estados Unidos e países do Golfo Pérsico que decolam nesta sexta-feira estão lotados, sem assentos vazios.

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Muitos dos que viajam são familiares de autoridades egípcias e de empresários, além de diplomatas estrangeiros. Vários cristãos egípcios também deixavam o país, informaram funcionários do aeroporto, que falaram em condição de anonimato.

Partidários e opositores do governo prometem se manifestar pacificamente e um acusa o outro pela violência.

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A manifestação pró-Morsi foi realizada na mesquita Rabia el-Adawiya, no Cairo, não muito longe do palácio presidencial, que é um dos locais onde a oposição pretende realizar seu protesto.

Em seu sermão desta sexta-feira, o clérigo de Rabia el-Adawiya advertiu que se Morsi for deposto “não haverá um presidente para o país” e o Egito vai cair no “inferno da oposição”.

Milhares de partidários de Morsi encheram a rua do lado de fora do tempo, gritando palavras de ordem de cunho religioso. “Isso é por Deus, não por cargo ou poder”, diziam. “Levantem sua voz forte, egípcios: Sharia islâmica.” Muitos participantes usavam lenços de cabeça verdes com slogans da Irmandade Muçulmana. Fonte: Associated Press.