O comitê eleitoral de Barack Obama foi criticado por um partidário da rival do senador na busca da indicação presidencial do Partido Democrata, Hillary Clinton. O motivo foi um comentário anterior de um membro da campanha de Obama, comparando o marido de Hillary, o ex-presidente Bill Clinton, com Joseph McCarthy, senador norte-americano que se dedicou, nos anos 1950, à caça aos comunistas.
O incidente ocorre no momento em que Hillary luta bastante para manter-se na corrida pela indicação democrata. Democratas já advertiram que a disputa pode trazer prejuízos ao partido.
O general aposentado Merril "Tony" McPeak, um dos altos membros da campanha de Obama, acusou Bill Clinton de dividir o partido e de tentar questionar o patriotismo de Obama.
McPeak comparou os comentários de Clinton às ações de Joseph McCarthy, senador que nos anos 1950 era conhecido como "caçador de comunistas". O general disse estar cansado de pessoas "acusando bons americanos de serem traidores".
No domingo (23), o governador da Pensilvânia, Ed Rendell, acusou a campanha de Obama de deturpar as declarações do ex-presidente. Segundo Rendell, a inferência feita a partir da declaração de Clinton não foi "justa".
O governador do Novo México, Bill Richardson, que já declarou apoio a Obama, disse não acreditar que Clinton chamou o rival de sua mulher de não patriota. Richardson reclamou dos ataques pessoais da campanha dos democratas, segundo ele "muito negativa".
Nem Hillary nem Obama comentaram a última controvérsia. Obama lidera a contagem geral dos delegados democratas, com 1.620 indicações, ante 1.499 delegados de Hillary. Mas nenhum dos dois pré-candidatos deve ter o número suficiente de 2.024 delegados, necessários para levar a nomeação na convenção do partido, no fim de agosto, em Denver. Funcionários do partido e outros líderes que podem votar em quem quiser, independentemente da vontade de seus Estados de origem – os chamados superdelegados – devem decidir a disputa.
Enquanto isso, Hillary mantém sua campanha. A pré-candidata pediu ao presidente dos EUA, George W. Bush, que nomeie um grupo de trabalho emergencial para tratar a crise imobiliária norte-americana. Ela luta para permanecer na disputa com Obama, e tem feito uma intensa campanha na Pensilvânia, Estado industrial com grande população que trabalha em fábricas.
A Pensilvânia realiza primárias do Partido Democrata em 22 de abril. O Estado será o último dos grandes a ter primárias do partido e a disputa envolverá a nomeação de 158 delegados. O rival do vencedor da disputa democrata será o candidato do Partido Republicano, o senador John McCain.