O Parlamento britânico se reúne no sábado, 19, para definir o futuro do Brexit. O acordo fechado pelo premiê, Boris Johnson, com a União Europeia, será votado em plenário pelos deputados – a última vez que eles se reuniram em um sábado foi durante a Guerra das Malvinas, em 1982. Apesar do otimismo, analistas dizem que Johnson ainda não tem os votos necessários para aprovar sua proposta e pretende negociar até o últimos minuto.
Johnson diz que “não há alternativa melhor” ao acordo negociado por ele, que se parece muito ao texto fechado pela ex-premiê Theresa May e rejeitado três vezes pelo Parlamento. A principal diferença é a retirada da cláusula que impunha um período de transição alfandegária à Irlanda do Norte, onde fica a única fronteira física com a União Europeia. Pelos termos do Acordo da Sexta-Feira Santa, de 1998, que colocou fim à violência sectária na Irlanda, os britânicos prometeram não restabelecer barreira física de controle na fronteira entre as duas Irlandas.
Agora, segundo o novo acordo de Johnson, a Irlanda do Norte permaneceria legalmente com parte do Reino Unido, mas ficaria dentro do mercado comum europeu – situação que pode ser mantida ou modificada com aprovação do Parlamento local. Os controles ocorrerão em portos no Mar da Irlanda, por autoridades britânicas sob supervisão da UE.
O problema para Johnson é que o Partido Democrático Unionista (DUP), da Irlanda do Norte, que faz parte da base do governo, mas rejeita a ideia de o território viver sob um regime diferente do restante do Reino Unido. Sem os dez deputados do DUP, Johnson precisa convencer os eurocéticos, que estão divididos, e alguns rebeldes trabalhistas, que defendem um Brexit com acordo. Se for derrotado novamente, Johnson seria obrigado a pedir um novo adiamento das negociações e esperar que os líderes europeus aceitem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.