A Grécia se prepara para a votação neste domingo de mais medidas de austeridade no Parlamento, exigidas pela União Europeia e pelo FMI para obter uma nova injeção de recursos no montante de 130 bilhões de euros. A votação está prevista para a meia noite pelo horário local (20h de Brasília) e as medidas provocam forte descontentamento junto ao público.

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Entre as medidas está um controverso plano para cortar o salário mínimo em média em 22% – e acima disso nos salários dos mais jovens. As novas medidas de austeridade foram definidas pelo gabinete na noite de sexta-feira, após duras negociações.

Estima-se que, pela impopularidade das medidas, haverá protestos em frente ao Parlamento grego. As duas principais agremiações sindicais do país – a GSEE, que representa o setor privado, e o ADEDY, que representa o setor público – junto ao sindicato PAME, com apoio comunista, prometeram bloquear a entrada do Parlamento.

Ontem, o primeiro-ministro grego e líderes dos dois maiores partidos foram em busca de apoio ao penoso plano de austeridade e, embora as expectativas sejam de que será aprovado, é provável que haja muitas abstenções.

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Em cadeia nacional de TV ontem à noite, o primeiro-ministro, Lucas Papademos, alertou em tom dramático para as consequências da não aprovação do pacote. “Um calote desordenado irá jogar o país numa aventura desastrosa”, disse Papademos. “Isso criaria condições econômicas incontroláveis e uma erupção social”, acrescentou. Papademos advertiu ainda para um eventual colapso dos bancos, ameaça aos depósitos, e para potencial falta de recursos para o pagamento de salários, aposentadorias e para o funcionamento de hospitais e escolas.

Em encontro com seus correligionários socialistas, o líder do partido, George Papandreou, disse ontem que a Grécia estava a um passo de obter os recursos necessários e também alertou para o risco de caos no país. Poucos minutos depois, o líder do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, fez comentários similares e pediu aos deputados de seu partido que alinhem seus votos.

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Ainda ontem, em uma sessão de emergência do comitê de finanças do Parlamento, o ministro das finanças disse que a Grécia tem de apresentar sua proposta final para a troca de bônus aos credores privados até a sexta-feira, no máximo. Esse prazo é necessário para que os procedimentos relacionados à troca sejam feitos e o país receba os recursos antes dos vencimentos de dívidas previstos para março. No dia 20 de março, a Grécia tem de pagar 14,4 bilhões de euros em títulos de dívida.

A votação do programa no Parlamento grego será seguida por um encontro do eurogrupo na terça-feira em Bruxelas e por um encontro extraordinário de ministros das finanças da zona do euro na quarta-feira. As informações são da Dow Jones.