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Parlamento Europeu aconselha UE a congelar conversas sobre adesão da Turquia

O Parlamento Europeu aconselhou a União Europeia a congelar suas conversas de adesão com a Turquia, em meio a preocupações crescentes com os direitos humanos e a democracia do país. A Turquia, no entanto, rejeitou a recomendação, chamando-a de tentativa de “sabotar” as relações com a UE.

Com 477 votos a 64 e 94 abstenções, o Parlamento aprovou um relatório que aconselhava a suspensão das negociações de adesão turca na sequência do plebiscito de abril, que ocorreu no país, e aprovou as emendas constitucionais para dar ao presidente, Recep Tayyip Erdogan, novos poderes. O Parlamento convidou os 28 Estados-membros da UE a suspenderem formalmente as conversas “sem demora” se as reformas constitucionais forem implementadas sem mudanças na Turquia.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que o que importava era a opinião dos líderes da UE e que não havia mudança no objetivo do país para a adesão ao bloco. “A UE deve determinar sua visão para o seu futuro e decidir se vai ou não andar em relação à adesão da Turquia”, afirmou.

O bloco europeu tem se preocupado com o declínio dos direitos humanos, das liberdades dos meios de comunicação e das questões do Estado de direito em solo turco. Os comentários frequentes de Erdogan, prometendo implementar a pena de morte, também despertaram alarmes no país.

A Turquia iniciou uma repressão precedentes após a tentativa de golpe militar, que fracassou no ano passado, e prendeu cerca de 50 mil pessoas, além de demitir dezenas de funcionários públicos – o que a UE avaliou como uma resposta desproporcional. “Este Parlamento fala com uma voz clara e alta para condenar o grave declínio do governo turco em padrões democráticos”, disse Kati Piri, que preparou o relatório, nesta quinta-feira.

Omar Celik, o ministro turco encarregado das relações com a UE, criticou a medida e avaliou que ela era “orientada para sabotar as relações” entre as partes, além de ressaltar que a Turquia considera o relatório “nulo e sem efeito”, como já fez com relatórios equivalentes no passado. “Quando ele chegar até nós, nós o devolveremos [ao Parlamento Europeu] sem fazer qualquer avaliação”, disse Celik a jornalistas.

Antes da votação, o ministro turco comentou que a decisão passaria na história como um “erro terrível” e que os legisladores europeus deveriam estar em solidariedade com a Turquia, após a tentativa de golpe de Estado do ano passado. Celik também disse que o país nunca aceitaria nenhuma proposta para reformular os laços entre a UE e a Turquia por meio de uma série de acordos sobre imigração, comércio e combate ao terrorismo. Fonte: Associated Press.

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