Parlamento do Irã aprova reclamação contra Ahmadinejad

O Parlamento do Irã votou e aprovou hoje uma reclamação contra o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, a qual será submetida ao Judiciário, com acusações de que o mandatário violou a lei quando desmantelou o Ministério do Petróleo, em maio, e declarou a si próprio ministro interino da pasta.

Na época, Ahmadinejad anunciou a fusão entre os Ministérios do Petróleo e da Energia e demitiu o titular da pasta, o que desencadeou queixas nos setores conservadores do governo. Dos 198 parlamentares, 165 votaram a favor de citar Ahmadinejad ao Judiciário. Apenas um votou contra e os outros se abstiveram, informou a mídia estatal iraniana.

Enquanto ainda não está claro se a decisão do Parlamento levará a um julgamento do presidente ou então a um processo de impeachment, mas a medida é simbólica da disputa mais ampla de poder entre Ahmadinejad e seus críticos, tanto da oposição mais liberal quanto dos ultraconservadores.

O governo de Ahmadinejad ficou sob fogo cerrado da oposição hoje, após integrantes da milícia Basij, considerada partidária do presidente, atacarem uma procissão durante o funeral de Ezatollah Sahabi, uma figura proeminente da oposição. Os milicianos espancam e mataram Halehj Sahabi, filha do falecido político. Ela morreu após ter sido derrubada no chão por um miliciano e ter sofrido um ferimento grave quando bateu a cabeça no chão, de acordo com testemunhas e familiares. O Movimento Verde, de oposição, pediu por mais protestos contra o governo na sua página no Facebook, apelando aos oposicionistas que se reúnam em frente à casa dos Sahabi, em Teerã.

Ao mesmo tempo, as tensões entre Ahmadinejad e os conservadores têm crescido nos últimos dois meses, após o presidente ter emitido uma série de decretos que demitiram ministros e promoveram a fusão de três ministérios. A demissão do ministro do Petróleo e o desmantelamento da pasta foram particularmente controversos, por causa do peso da indústria petrolífera no Irã. O país deveria presidir neste ano a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas agora não está claro se manterá essa posição, segundo informa o Wall Street Journal.

Os parlamentares afirmam que Ahmadinejad repetidamente tem minado a autoridade do Parlamento, ao emitir decretos sem a aprovação deles. Alguns dizem que o presidente pensa estar acima da lei. Em maio, as divergências chegaram à autoridade máxima do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que possui poder de decisão e veto sobre todos os assuntos de Estado. Ele confrontou o presidente e ordenou que ele recuasse da demissão do ministro da Inteligência. Ahmadinejad tem ignorado as acusações e argumenta que é o segundo homem mais poderoso do Irã. Ele também afirma agir dentro dos direitos constitucionais. As informações são da Dow Jones.

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