O Parlamento chinês promoveu nesta segunda-feira (17) Meng Jianzhu para a chefia de polícia nacional e apontou o general Liang Guangliu como o novo ministro da Defesa do país. Liang Guangliu e Meng Jianzhu foram ainda nomeados como dois dos cinco conselheiros de Estado. Eles estão, portanto, pouco acima na hierarquia do restante do gabinete. Liang, um oficial de carreira e general da mais alta graduação, anteriormente chefiou o distrito militar de Nanquim, responsável pelas operações referentes a Taiwan.

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Outras novas nomeações incluíram o nome de Li Keqiang como primeiro vice-primeiro-ministro. Isso coloca o afilhado político do presidente Hu Jintao na linha de sucessão para substituir o primeiro-ministro Wen Jiabao, quando este deixar o poder, em 2013. Hu e Wen foram anteriormente apontados para o segundo mandato de cinco anos.

As medidas ocorrem em um momento no qual o país enfrenta protestos contra o governo de Pequim no Tibete, que já resultaram em várias mortes. As mudanças já eram previstas e não parecem fruto da recente violência que resultou em 16 mortes, segundo Pequim – segundo o governo do Tibete no exílio os mortos já seriam 80.

Ainda assim, as movimentações no governo demonstram a importância das forças de segurança como ferramenta para auxiliar o governo a comandar a vasta nação de 1,3 bilhão de habitantes, desafiada pelo crescente descontentamento entre os tibetanos e outras minorias no distante oeste do país.

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Três outros políticos foram nomeados como vice-primeiro-ministros: Hui Liangyu, que estava já no posto para monitorar a agricultura no país; o ex-prefeito de Pequim Wang Qishan, no lugar de Wu Yi; e Zhang Dejiang, educado na Coréia do Norte e atual encarregado das políticas industriais, que substitui Zeng Peiyan, agora aposentado. Os vice-primeiros-ministros estão situados logo acima dos conselheiros de Estado, na hierarquia da China.

Wu, que era a única mulher nos postos mais altos da liderança, está se aposentando após três anos de tentativas para desarmar a pressão do Congresso dos Estados Unidos para Pequim diminuir seu superávit nas relações comerciais com os EUA.

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O Congresso é sobretudo cerimonial na China, e em geral apenas aprova as decisões já tomadas pelos líderes do Partido Comunista. Não houve surpresas na sessão e todos os candidatos receberam apoio unânime. A maioria dos ministros voltou aos postos, após terem sido apontados nos meses seguintes ao Congresso Nacional do Partido Comunista, em outubro – o evento acontece de cinco em cinco anos.

Enquanto as tropas chinesas controlavam hoje a situação em Lhasa os protestos e os duros confrontos militares geraram temor em governos estrangeiros. Entre os que expressaram preocupação com a situação estão a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge.