O Parlamento afegão decidiu censurar o presidente Hamid Karzai hoje, ao rejeitar 70% das indicações para o novo gabinete de governo. Entre os rejeitados estão um poderoso senhor da guerra regional e a única ministra mulher do país. A cansativa votação, que tomou a maior parte do dia, acabou com a rejeição de 17 dos 24 indicados.
As indicações, anunciadas em meados de dezembro, tinham como objetivo manter 12 dos atuais ministros em seus postos para um segundo mandato. O objetivo seria o de satisfazer parcialmente o desejo dos Estados Unidos de manter conhecidos nos postos.
Entre os nomes que Karzai queria manter estava o do ministro de Água e Energia, Ismail Khan. No entanto, houve opiniões contrárias, porque Khan era senhor da guerra na província de Herat durante a guerra civil da década de 1990 e ainda tem considerável poder no local. Críticos disseram que manter Khan indicaria em que medida Karzai parecer estar comprometido com os poderosos locais, à custa dos interesses do país.
Outros também foram criticados por não terem competência para os cargos. “Eu acho, infelizmente, que os critérios passaram por questões étnicas, suborno ou dinheiro”, disse o legislador Fawzia Kufi, antes de votar. A rejeição da ministra de Assuntos Femininos foi um golpe vergonhoso para Karzai, que prometeu colocar mais mulheres em altos postos do governo, tradicionalmente dominado por homens.
Com o resultado, Karzai afirmou que fará novas indicações para os postos não preenchidos. No entanto, ele disse não saber quando os nomes serão anunciados. O presidente do Afeganistão não propôs um nome para o Ministério das Relações Exteriores. Ele pediu ao atual ministro, Rangin Dadfar Spanta, que permaneça no cargo até a conferência internacional, marcada para 28 de janeiro, em Londres, quando será discutido o futuro do Afeganistão.