O Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert) do Paraguai reiniciou nesta terça-feira (20), com o respaldo de policiais, o desalojamento de colonos brasileiros de perto de 1.800 hectares de terras cultivadas com soja, no departamento de Kanindeyú, no norte paraguaio. Alguns dos chamados brasiguaios são acusados de ocupar terrenos destinados à reforma agrária no país.

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Alberto Alderete, diretor do Indert, disse aos jornalistas que “estamos fazendo a verificação dos títulos de modo a recuperar terras estatais a serem distribuídas aos campesinos pobres”. Segundo Alderete, o Indert está habilitado legalmente a recuperar as propriedades pela via administrativa, sem a necessidade do pagamento de indenizações. “Os estrangeiros não são beneficiários da reforma agrária, portanto não podem possuir terrenos fiscais, nem sequer podem alugá-los”, disse o funcionário.

Dos 168 terrenos, que somam 1.800 hectares, alvos de intervenção no distrito San Juan, departamento (Estado) de Kanindeyú, 580 quilômetros a nordeste de Assunção, 125 estão sob jurisdição judicial, após seus supostos proprietários estrangeiros solicitarem ajuda. Os produtores brasileiros das outras propriedades contrataram seguranças privados. Alguns desses brasiguaios usariam os seguranças também para impedir o ingresso dos funcionários do Indert, segundo imagens do canal 4 de televisão.

Odilón Espínola, secretário-geral da Federação Nacional Campesina (FNC), de centro-esquerda, convocou milhares de membros do grupo em Kanindeyú para que se congregassem em San Juan “a fim de cooperar com o Indert no resgate da terra paraguaia”. O líder negou que o chamado possa se converter em um ato de pressão aos funcionários e disse que “163 famílias, designadas por sorteio, se instalarão nas terras”.

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