Para urbanista, o morador está em primeiro lugar

d11x.jpgDesenvolvimento planejado e com responsabilidade. Esse têm sido o objetivo das grandes cidades brasileiras nos últimos anos, mas quase sempre esse pensamento vai por água abaixo com as invasões e o desenvolvimento urbano desordenado. Superar essas dificuldades é um desafio, mas aos poucos, profissionais surgem com grandes idéias para solucionar o problema.

Um desses exemplos é o arquiteto e urbanista Vicente Ferreira de Castro. Ele, que é de tradicional família paranaense, seu avô paterno (de quem herdou o nome) foi chefe político muito conhecido, nasceu em 1943 em São Cristóvão. É, portanto, carioca da gema. Mas morou trinta anos na capital paranaense, onde se formou na primeira turma de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná em 1966. Atualmente mora e trabalha na Barra da Tijuca do Rio de Janeiro, onde tem conduzido a implantação de empreendimentos de desenvolvimento urbano.

Junto com a professora Denise Vogel, lançou o livro Barra da Tijuca 2000-2020, onde fazem previsões sobre o desenvolvimento dessa região da cidade do Rio de Janeiro.

Entre outros trabalhos, fez parte da equipe de arquitetos que projetou o edifício e sede da Petrobrás no Rio de Janeiro, na época o maior edifício de escritórios da América Latina. Segundo o arquiteto, o bem-estar do morador das cidades deve estar em primeiro plano. E, no trabalho que está desenvolvendo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, ele observa com a mesma preocupação o crescimento da Grande Curitiba.

?Meu tio, o engenheiro Joaquim Vicente de Castro, e de quem herdei a vocação de urbanista, dizia que as cidades crescem para o oeste. Isto era verdade. No caso da cidade do Rio de Janeiro, impedida de expandir-se para o leste, sobre as águas, voltou-se para o oeste.?

Na capital paranaense não foi diferente. De acordo com Vicente, a primeira investida na expansão urbana de Curitiba se deu com a ponte sobre o Rio Ivo, na abertura da estrada para o Mato Grosso iniciada em 1871.

?Posteriormente, no plano urbanístico realizado na década de 1960, que deu origem ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a direção dada às avenidas estruturais correspondia a um eixo leste-oeste. A cidade era impedida de desenvolver-se para o leste, com a necessidade de preservação dos mananciais de água potável formados nas franjas da Serra do Mar?, ressalta.

E a preocupação do arquiteto não é pequena. ?Hoje, para se ter a continuidade de ligação entre a malha metropolitana de Curitiba é fundamental estabelecer-se sucessivas transposições da calha do Alto Iguaçu.?

Ele também destaca que o urbanismo visa ao morador da cidade, antes de tudo.

?O processo de desenvolvimento de Curitiba teve muito sucesso porque conseguiu despertar a identidade urbana do curitibano. Mas para que a cidade se mantenha à altura da imagem que os moradores fazem dela é preciso aplicar muitos recursos em infra-estrutura, de forma continuada.?

?Não se admite uma metrópole como Curitiba, com mais de três milhões de habitantes, que não tenha um sistema de transporte sobre trilhos, como o metrô, inclusive fazendo a ligação com os demais municípios metropolitanos conurbados.?

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