Durante o verão e feriados prolongados, a comercialização irregular de animais silvestres se torna mais evidente em diversas regiões do País, entre elas o litoral do Paraná. A grande movimentação de turistas, tanto nacionais quanto estrangeiros, faz com que infratores tenham maior motivação em capturar determinadas espécies nativas e tentar vendê-las em beiras de estradas e feiras.
Com o objetivo de combater o problema, integrantes do Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental de Guaraqueçaba farão uma campanha educativa durante o carnaval. A entidade é composta por representantes do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Batalhão de Polícia Florestal, prefeituras de municípios do litoral e organizações não governamentais, como SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) e Instituto de Pesquisa Ecológica, que tem sede em São Paulo mas atua no Paraná.
?Vamos realizar a campanha na tarde da sexta-feira de Carnaval e na manhã de sábado, quando há um maior volume de turistas se deslocando pelo litoral do Estado. Além dos integrantes do Conselho, irão participar da atividade estudantes voluntários e responsáveis por criadouros de animais silvestres autorizados pelo Ibama. Estes vão entrar com recursos financeiros para a confecção de materiais de divulgação?, informa a coordenadora do Projeto de Conservação do Papagaio-de-Cara-Roxa, mantido desde 1998 pela SPVS, Elenise Sipinski.
A campanha estará sendo realizada em pontos onde normalmente passam bastante turistas, como Estrada da Graciosa, posto da Polícia Florestal presente no acesso para a estrada que leva ao município de Guaraqueçaba e terminal de embarque de Paranaguá, de onde saem embarcações para diversas ilhas, como Ilha do Mel e Ilha das Peças. Os participantes estarão conversando com as pessoas, distribuindo saquinhos de lixo para serem colocados dentro de automóveis e folders com informações sobre a comercialização ilegal de espécies silvestres. ?Queremos conscientizar os turistas, que muitas vezes compram os animais por achá-los bonitinhos, sem saber os prejuízos que isso gera ao meio ambiente?, diz.
Informações
Pelos folders, os turistas serão informados que a venda de animais silvestres é crime e que os responsáveis pela comercialização ficam sujeitos à prisão (de seis meses a um ano) e multa, cujo valor é maior quando a espécie está sob risco de extinção. De forma alguma os animais devem ser comprados. Como os bichinhos geralmente são vítimas de maus tratos e vendidos com a saúde já bastante debilitada, muita gente os adquire por pena e com a intenção de tratá-los. A atitude, embora realizada com boas intenções, também é considerada errada.
De acordo com Elenise, a compra, independente da intenção com que é realizada, incentiva ainda mais o comércio ilegal. Por isso, o melhor é que a venda seja denunciada a entidades como Ibama, Polícia Florestal e IAP. ?Muitas pessoas que adquirem os animais ainda filhotes acabam se desfazendo deles depois que eles crescem, pois percebem que eles não são animais domésticos e podem gerar problemas, como por exemplo morder uma criança. Por isso, antes que o animal acabe solto de forma aleatória e não tenha mais condições de retornar à natureza, o melhor é denunciar?.
A integrante da SPVS confirma que os animais são vendidos em más condições de saúde, sendo vítimas de maus tratos no momento do manuseio e devido ao fornecimento de alimentação inadequada. Eles geralmente também têm poucas condições de sobrevivência por terem sido retirados de seus habitats naturais ainda filhotes. A estimativa é de que apenas um animal silvestre sobreviva de cada dez retirados da natureza.
Espécies
São diversas as espécies silvestres visadas pelo comércio ilegal. Entre as aves, se destacam pássaros de pequeno porte, como os canários. Entre os mamíferos, macacos e sagüis. Já entre os répteis, os cágados e tartarugas. Porém, no litoral do Paraná, uma das maiores vítimas é o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), que é endêmico da Mata Atlântica e também pode ser encontrado nos litorais Sul de São Paulo e Norte de Santa Catarina.
Devido à comercialização ilegal e também ao desmatamento, a espécie está sob forte ameaça de extinção e gera muita preocupação entre os ambientalistas. Atualmente, a população estimada de papagaios é de apenas 6.700 indivíduos, sendo 4.900 só no Paraná.
Viajar com animais domésticos exige alguns cuidados
Os animais domésticos também devem receber atenção especial nos dias de folia. Como muita gente viaja e costuma fazer festas com bastante comida e bebida durante o feriado, os cuidados tomados com cães e gatos devem ser praticamente os mesmos tomados nos períodos de comemorações de final de ano. Embora a rotina da família geralmente mude nestas datas, os integrantes da casa devem se esforçar para que a dos bichinhos não se altere de forma brusca.
Os cães, de acordo com informações da organização não governamental Clube das Pulgas, têm uma audição cerca de trinta vezes mais apurada que a dos seres humanos. Por esse motivo, eles, assim como qualquer outro animal, não devem ser expostos a músicas muito altas nem levados a qualquer tipo de baile de Carnaval, onde também podem sofrer devido ao calor intenso e ao estresse provocado pelo aglomerado de gente. Se levá-los a um lugar agitado for inevitável, é indicado colocar uma coleirinha de identificação, com nome e telefone do proprietário, para o caso do bichinho vir a se perder.
A maioria dos animais tem medo de bombinhas e fogos de artifício, também relativamente comuns durante o Carnaval. Alguns cachorros chegam a se machucar devido ao susto provocado pelas explosões, pulando de lugares altos ou mesmo cortando as patas em vidros de janelas. Se o bicho tiver temor excessivo, os donos devem procurar orientação médica veterinária. Muitos profissionais costumam receitar calmantes naturais ou medicamentos. Porém, nenhum produto deve ser fornecido sem orientação.
No que diz respeito à alimentação, vale lembrar que não devem ser fornecidos restos de comida. Como em qualquer época do ano, os animais precisam se alimentar exclusivamente de ração. Caso contrário, podem ser vítimas de intoxicação alimentar (cujos sintomas mais comuns são vômitos e diarréia), tendo o bem-estar comprometido e também tirando o sossego dos proprietários, que terão que gastar com consultas e tratamentos. Bebidas alcoólicas não podem ser fornecidas em hipótese alguma. Já água fresca deve ser deixada à vontade, sempre em lugares de sombra e nunca no sol.
Viagem
Antes da viagem, é bom verificar se a vacinação e os vermífugos do animal estão em dia. Na véspera, é preciso procurar uma clínica ou consultório veterinário para obtenção de GTA (Guia de Trânsito Animal), documento exigido pelo Ministério da Agricultura para qualquer deslocamento de bichos, seja dentro ou fora do Estado de origem.
Quando o percurso for realizado de carro, os animais não devem ser mantidos soltos nos bancos. O certo é que eles sejam colocados em caixas de transporte ou utilizem cintos de segurança especiais. Os produtos podem ser adquiridos em pet shops. Se estiver muito quente, o melhor é viajar com o ar condicionado ligado ou os vidros abertos.
Se o destino for o litoral, cães e gatos não devem ser levados a áreas de areia, principalmente se ainda não tiverem tomado todas as vacinas. Além de sujar a praia, as fezes dos bichinhos podem transmitir aos seres humanos o bicho geográfico, considerado bastante incômodo por provocar muita coceira na pele. (CV)
Empresária cria coleção de fantasias para cachorros
Modelos laváveis podem ser adquiridos em diferentes tamanhos. Custam entre R$ 50 e R$ 60 e em breve serão exportados. |
Neste Carnaval, não serão apenas os adultos e crianças a serem vistos fantasiados nos dias de folia. A empresária Igleide Araújo de Almeida -que trabalha no ramo de turismo e costuma organizar excursões para pessoas acompanhadas de animais – está lançando uma coleção de fantasias para cachorros através de sua grife de roupas para cães, denominada Flavinha Fashion Dog.
Em breve, pelos planos de Igleide, as roupinhas devem começar a ser encontradas em diversos pet shops de Curitiba e até exportadas. São fantasias coloridas, compostas de plumas, rendas, tules e outros materiais, que permitem que os proprietários de cachorros possam soltar a imaginação.
Para as fêmeas, foram idealizadas roupinhas de bruxa, fada, rainha do Carnaval, viúva negra e até Carmem Miranda. Para os machos, foram pensados trajes de surfista, skatista, índio e terninhos. Os modelos podem ser adquiridos em diferentes tamanhos, respeitando a raça e as características de cada animal.
Igleide garante que as roupas não apertam, não machucam, não são quentes em excesso e não geram qualquer prejuízo à saúde e ao bem-estar dos bichinhos. ?As fantasias são confortáveis e não incomodam os animais. São laváveis, confeccionadas com bons tecidos e, em geral, custam entre R$ 50,00 e R$ 60,00?, informa.
Cuidados
Com o objetivo de se divertir, algumas pessoas costumam adaptar roupinhas de crianças pequenas como vestimentas de animais. Médicos veterinários alertam que isso não deve ser feito sem que se dê atenção às reais necessidades e à natureza dos animais.
Em dias muito quentes, o mais indicado é que os cães não usem roupa alguma, pois já possuem pêlos para se proteger e costumam sofrer bastante com o calor. Se o dono tiver adquirido fantasias, o melhor é que as mesmas sejam deixadas no animal por curto período de tempo.
No que diz respeito a acessórios, não se deve colocar em cães e gatos objetos muito pequenos, que podem vir a ser engolidos. Alguns produtos, como por exemplo fivelinhas de strass, podem causar obstrução intestinal quando ingeridos. Nestes casos, geralmente é necessário que o animal seja submetido à cirurgia para que o problema possa ser resolvido. (CV)